Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

Sociedade

No distrito de Macate, em Manica, há cerca de oitenta e seis mil habitantes, de acordo com o censo de 2017. Porém, apenas 30.000 têm acesso a água potável fornecida por furos.
Ainda assim, catorze destas fontes encontram-se inoperacionais, carecendo de reparação, mas o governo distrital está desprovido de meios financeiros para as repor em funcionamento.

 

De acordo com os números apresentados anteriormente, constata-se que um furo do precioso líquido está para seiscentos e noventa e quatro habitantes, o que contraria as pretensões do governo segundo as quais uma fonte de água potável no país deveria satisfazer trezentos cidadãos, no máximo.

 

A maior parte da população de Macate vê-se obrigada a recorrer a poços tradicionais e vários riachos, correndo, vai daí, vários riscos – desde ataques de crocodilos a doenças de origem hídrica, visto que o precioso líquido não tem merecido o devido tratamento, pese embora os esforços do executivo para inverter a situação.

 

Os locais mais afectados pela escassez de fontes de água no distrito de Macate são os povoados de Hange, Nhabata, Ngoroza, Chinete, Morombwe e Macuendjera, os quais se caracterizam, igualmente, pela falta de infra-estruturas públicas. Aliás, por esse motivo, a maior parte de funcionários do Estado recorre à vizinha cidade de Chimoio para fixarem as suas residências.

 

O Secretário Permanente do Distrito de Macate, Aufi Razaco, garante que até ao princípio do próximo ano as fontes avariadas estarão operacionais visto que já foi encontrado um parceiro que se disponibilizou a financiar a sua reparação.

 

Enquanto isso, Razaco afiançou que o governo distrital continua a mobilizar fundos para a construção de fontes de água potável, tarefa nada fácil porque as condições socioeconómicas da região ainda estão aquém das necessidades.

 

Para que toda a população do distrito de Macate tenha acesso a água potável, serão necessários duzentos e oitenta e sete fontanários, o que acarreta custos estimados em oitenta e seis milhões de meticais.(Pedro Tawanda)

sexta-feira, 28 dezembro 2018 03:03

Kapa Dech: um regresso apoteótico

Cai o pano sobre o ano de 2018. É hora de se fazer o balanço de tudo o que aconteceu, aos mais diversos níveis, durante estes 12 meses.
Pois então, em termos culturais, há a registar o regresso dos Kapa Dech – a banda moçambicana nascida em 1996, por “obra e graça” de um grupo de jovens talentosos da capital: Tony Jango (já falecido), Rufus Maculuve, Zé Pires e Jaime Guambe “Mitó”.
Este quarteto, que compunha a espinha dorsal da banda, provinha do grupo infantil Pétalas Amarelas (da Organização Continuadores), a qual posteriormente deu origem ao grupo musical Kaway K10.

 Pretendendo formar uma banda que fosse capaz de representar o país além-fronteiras, os fundadores convidaram outros elementos provenientes de diferentes conjuntos que partilhavam o interesse de internacionalização e valorização da cultura moçambicana. Foi nesse contexto que passaram a integrar os Kapa Dech os músicos Roberto Isaías, António Melisse “Dodó”, Anselmo Novela “Neco” e Almeida Goca.

 

Nos primeiros anos da sua existência, o grupo foi apadrinhado pela já conceituada banda Ghorwane, que na altura tinha a sua sede nas instalações do Grupo Desportivo de Maputo. Foi aí onde aconteceram as suas primeiras apresentações públicas. Porém, rapidamente, o conjunto começou a ganhar espaço no panorama musical nacional, e em 1997 venceu a 1ª edição do concurso de agrupamentos juvenis, denominado Music Crossroads, em Harare (Zimbabwe), classificando-se como o melhor da região austral de África.



Nesse mesmo ano, os Kapa Dech assinaram um contrato com a editora francesa Lusafrica, sediada em Paris – em cujo catálogo faziam parte artistas como Cesária Évora, Bonga, Ferro e Gaita, Sally Nyolo, Filipe Mukenga, Chiwoniso, entre outros. A parceria resultou na gravação e edição de dois álbuns, nomeadamente Katchume (1998) e Tsuketani (2000), ambos gravados em Paris.

 

O sucesso dos Kapa Dech permitiu a sua participação em festivais fora de Moçambique (Noruega, Portugal, França, Suécia, África do Sul, Zimbabwe, Botswana, Swazilândia, entre outros).  

 

Possuidora de composições musicais com uma forte inclinação para a crítica social, a banda aliou a sua carreira a projectos e campanhas de acção social em diferentes vertentes, com destaque para área de HIV/SIDA e meio ambiente.

 

Perdas de vulto

 

Numa altura em que se encontrava muito bem posicionada no mercado e após um arrebatador sucesso, em 2007 o grupo sofre a perda de alguns dos seus elementos, designadamente Tony Jango, Pilecas (falecidos) e Roberto Isaías que optou por seguir uma carreira a solo, o que conduziu paulatinamente a uma instabilidade estrutural.
De registar que nessa altura os diferentes membros decidiram enveredar por projectos individuais, levando a que a banda sofresse uma estagnação de cerca de 10 anos.

 

Em finais de 2017, os antigos OK? integrantes do Kapa Dech sentiram a necessidade de retomar o projecto. O anúncio público do seu regresso aconteceu nos princípios do presente ano, e foi apadrinhado pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho de Rosário.

 

A ocasião serviu também para dar a conhecer o retorno de Roberto Isaías e a integração de dois novos membros: a cantora Sizaquel Matlombe e o percussionista Pimenta Lifaniça. A retoma tem sido marcada por diversas apresentações em eventos, sendo de destacar os MMM (Mozambique Music Meeting), Festival da Barra, Conferência Anual do Sector Privado (CASP), Festival Azgo, Gala Vibratoques, Festival A Luta Continua, e Festival Municipal, dentro do país, e Bushfire, na Suazilândia.



“Line-up” e projectos para 2019

 

Para 2019 estão previstos o lançamento de um álbum de originais e um concerto na Praça da Independência intitulado “Retroespectativa”, o qual vai “olhar” para o passado, presente e futuro.

 

Actualmente o grupo é composto por Sizaquele Matlombe (Voz) Roberto Isaías (Voz),Pimenta Lifaniça (Percussão), Rufus Maculuve (Teclados), José Pires (Teclados), Stélio Zoé (Bateria), António Firmo (Guitarra) e Jaime Guambe (Baixo).(H.L)

A Polícia moçambicana foi chamada a apoiar a sua congénere sul-africana como forma de reduzir as longas filas que se registavam no trânsito do lado da RAS na fronteira de Ressano Garcia, desde a madrugada de sábado. Segundo o porta-voz da "operação Bwerane", Osvaldo Correia, o constrangimento era resultado da entrada em Moçambique de trabalhadores migrantes, nomeadamente mineiros. Eles passavam horas à fio sem ser atendidos. Isso levou ao congestionamento da N4 numa extensão de quase 7 kms desde a fronteira em direção a Komatiport.

quinta-feira, 27 dezembro 2018 03:08

Nove mortos em dez acidentes durante o Natal

A festa que celebra o nascimento de Jesus Cristo foi marcada, este ano, por sangue nas estradas nacionais, provocado por 10 acidentes de viação que resultaram em nove óbitos e um ferido. Este é o balanço preliminar do período de Natal (entre os dias 24 e 25 de Dezembro), apresentado ontem em Maputo, pelo porta-voz do Comando Geral da Polícia de Moçambique (PRM), Inácio Dina.

Dez pensionistas do Sistema de Segurança Social, da província de Nampula, receberam igual número de cadeiras de rodas, oferta da delegação provincial do INSS, no âmbito do Programa de Acção Sanitária e Social do presente ano.

quarta-feira, 26 dezembro 2018 07:53

Caos na fronteira de Ressano Garcia

Quem viaja da África do Sul com destino ao nosso país está a enfrentar um verdadeiro “inferno”, antes da sua chegada à cidade de Maputo. Em causa está o tempo de espera na fronteira de Ressano Garcia. O que antes era feito em sensivelmente 10/15 minutos, presentemente leva mais de sete horas. Não se respeitam mulheres gravidas, mães com bebés pequenos, nem idosos: todos têm de cumprir longas filas, sem ao menos terem direito a um lugar para se sentarem enquanto aguardam pelo atendimento. “Não percebemos as razões que estão por detrás disto, estamos a levar tantas horas nas filas. O caos é presente. Do lado sul-africano, o atendimento é muito lento, cheguei à fronteira à 01H00 da madrugada e só consegui atravessar às 07H00 da manhã. O pior é que de Maputo tenho de apanhar um outro carro para a província de Gaza’’, disse Ana Lhavaguane, uma das passageiras interpeladas pela ‘’Carta’’.