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Crime

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou hoje “veementemente” os alegados massacres em Cabo Delgado, Moçambique, e instou as autoridades do país a conduzir uma investigação sobre os incidentes.

 

“O secretário-geral está chocado com os recentes relatos de massacres perpetrados por grupos armados [...] em várias aldeias na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, incluindo a decapitação e rapto de mulheres e crianças”, pode ler-se num comunicado divulgado na noite de terça-feira (madrugada de quarta-feira em Maputo) pelo porta-voz, Stephane Dujarric.

 

Na nota, acrescenta-se que o responsável da ONU “condena veementemente essa brutalidade atroz”.

 

Vários órgãos de comunicação moçambicanos, portugueses e internacionais relataram um massacre perpetrado pelo grupo terrorista Estado Islâmico, no final da semana passada, em Cabo Delgado, com início na aldeia de Nanjaba.

 

A Agência de Informação de Moçambique citou a Polícia moçambicana, afirmando que mais de 50 pessoas foram sequestradas e depois decapitadas na aldeia de Muatide, “num campo de futebol que se transformou num campo de extermínio”.

 

Segundo a BBC, que cita a Agência de Informação de Moçambique e o ‘site’ Pinnacle News, as decapitações terão sido realizadas entre a passada sexta-feira e domingo.

 

O portal de notícias Pinnacle News fala mesmo em centenas de vítimas e "cerca de 40 decapitações" noutras aldeias, incluindo de muitas "crianças com menos de 15 anos".

 

“O secretário-geral da ONU insta as autoridades do país a conduzir uma investigação sobre esses incidentes e a responsabilizar os responsáveis”, declarou o porta-voz Stephane Dujarric, apelando a “todas as partes em conflito para que cumpram as suas obrigações ao abrigo do direito internacional humanitário e dos direitos humanos”.

 

O secretário-geral reiterou o compromisso das Nações Unidas em continuar a apoiar a população e o Governo de Moçambique na abordagem urgente das necessidades humanitárias imediatas e nos esforços para defender os direitos humanos, promover o desenvolvimento e prevenir a propagação do extremismo violento.

 

Já na semana passada, a Agência France-Presse noticiava que “corpos desmembrados de pelo menos cinco adultos e 15 menores foram encontrados (…) numa floresta na cidade de Muidumbe”.

 

Alguns relatos dizem que as vítimas dos ataques estavam num rito de iniciação ou passagem à vida adulta.

 

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas descrevem como "grave" a situação em Cabo Delgado (norte), assinalando que o porto e o aeroporto de Mocímboa da Praia continuam nas mãos de grupos armados, refere-se num relatório parlamentar consultado pela Lusa.

 

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas e que se intensificaram este ano.

 

Há diferentes estimativas para o número de mortos, que vão de 1.000 a 2.000 vítimas.

 

Segundo dados oficiais, há, pelo menos, 435 mil deslocados internos devido à violência protagonizada por grupos classificados como terroristas em distritos mais a norte da província. (LUSA)

sexta-feira, 06 novembro 2020 06:07

Abatidos 36 terroristas em Muidumbe e Palma

Trinta e seis (36) terroristas foram abatidos nos últimos dias, nos distritos de Palma e Muidumbe, na província de Cabo Delgado. Dos terroristas mortos, 33 foram abatidos na última terça-feira, no Posto Administrativo de Pundanhar, no distrito de Palma e os restantes foram decapitados pela população do distrito de Muidumbe, no último fim-de-semana, após terem sido capturados na aldeia Muatide, naquele distrito da província de Cabo Delgado.

 

Em Muidumbe, contam as fontes, a população terá emboscado os três terroristas, durante o ataque terrorista verificado no último fim-de-semana. Após a emboscada, dizem as fontes, a população terá amputado os membros superiores dos três terroristas, antes de levá-los para um “mini passeio” pelas aldeias da região. O final foi trágico: os três foram decapitados.

 

Já em Palma, as Forças de Defesa de Segurança (FDS) terão cercado o grupo que atacou Pundanhar na semana passada, tendo conseguido, com êxito, abater 33 terroristas. Os restantes, em número não especificado, conseguiram fugir do local.

 

Refira-se que, na última terça-feira, 03 de Novembro, o Governo do Distrito de Nangade, através dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia, emitiu um comunicado, exigindo a apresentação de todos os professores e funcionários daquele sector até esta sexta-feira (06 de Novembro), sob pena de tomar medidas ou sanções administrativas, conforme rege a Lei. (O.O.)

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas descrevem como "grave" a situação em Cabo Delgado (norte), assinalando que o porto e o aeroporto de Mocímboa da Praia continuam nas mãos dos grupos armados, refere um relatório parlamentar.

 

O Comando Conjunto das FDS fez a descrição da situação em Cabo Delgado num encontro com a Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade (CACDHL) da Assembleia da República (AR) de Moçambique.O encontro decorreu no âmbito da investigação que a 1ª Comissão da AR realizou sobre o impacto da violência armada nas regiões norte e centro do país.

 

No relatório da "averiguação" entregue à presidente da AR, Esperança Bias, aquela entidade refere que o Comando Conjunto das FDS deu conta de uma "situação grave" nos distritos afetados pela ação de grupos armados na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

 

"Em termos de segurança de pessoas e bens do Estado e de particulares, a situação é grave, devido aos ataques terroristas que se verificam nos distritos do nordeste e centro da província", lê-se no relatório.

 

O porto e o aeroporto de Mocímboa da Praia estão nas mãos dos grupos armados, desde o assalto do dia 23 de março, o que é motivo de "preocupação" para as FDS, avança o documento. "Neste momento, há a preocupação do Comando Conjunto pelo facto de o distrito de Mocímboa da Praia estar nas mãos dos terroristas, sobretudo o porto e aeroporto", diz a 1ª Comissão do parlamento moçambicano.

 

Após o ataque a Mocímboa da Praia, os grupos armados realizaram incursões nos distritos de Muidumbe, Macomia, Quissanga, Nangade e Ibo, referiu ainda o Comando Conjunto no encontro com os deputados. As FDS assinalaram ainda que todos os seis distritos atingidos pela violência ficaram sem energia elétrica, na sequência da destruição pelos grupos armados da subestação de Awasse.

 

"As Forças de Defesa e Segurança desdobram-se em esforços para revertem aquela grave situação em toda a extensão no centro e nordeste de Cabo Delgado", refere o documento.

 

Sobre as alegadas violações de direitos humanos pelas forças governamentais, o Comando Conjunto acusou os grupos armados de "falsificação de vídeos através da sofisticação de tecnologias de informação e comunicação", mostrando membros das FDS a infligir abusos a civis nas áreas de conflito em Cabo Delgado. O relatório da 1ª Comissão foi entregue à presidente da AR e depois seguirá para a plenária do parlamento para debate a aprovação. (Lusa)

quarta-feira, 04 novembro 2020 02:33

Ataque armado causa dois feridos em Sofala

Três dias após o fim da trégua, de sete dias, anunciada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, um ataque armado, atribuído mais uma vez à auto-proclamada Junta Militar da Renamo, teve lugar, na manhã desta terça-feira, na localidade de Matenga, entre os distritos de Gorongosa e Nhamatanda, província de Sofala.

 

Conforme apuramos, o ataque visou um autocarro de passageiros, que saía da cidade de Chimoio, província de Manica, com destino à cidade de Nampula, capital da província com o mesmo nome. Do ataque, duas pessoas ficaram feridas, sendo que uma foi atingida por uma bala e outras por estilhaços de vidro.

 

Segundo testemunhas, o autocarro foi atingido por balas disparadas das duas bermas da estrada. Em entrevista à Voz da América, o Líder da auto-proclamada Junta Militar, Mariano Nhongo, negou a autoria do ataque. (Carta)

A empresa de desminagem e combate à caça furtiva detida por Lionel Dyck, Dyck Advisory Group (DAG), não está em condições de gerir por conta própria a operação ordenada pelo Governo de Filipe Nyusi para lidar com a “insurreição islâmica” em Cabo Delgado. Como revelamos anteriormente, o DAG é equipado por uma empresa chamada Mako, que forneceu aos homens de Lionel Dyck helicópteros reconvertidos para uso militar (Africa Intelligence, 12/05/20). É dirigido por Duncan MacArthur, um empresário sul-africano que se especializou no comércio de equipamentos de segurança e veículos militares.

 

Serviço de preço reduzido oferecido por Mako, Panzer e STTEP

 

Além de Mako, MacArthur administra a Panzer Logistics, que tem um “outlet” em Joanesburgo e se descreve como negociante de equipamentos militares (veículos blindados e helicópteros militares). O empresário faz parte do círculo íntimo de Lionel Dyck e costuma ser visto no bar do luxuoso Pemba Beach Hotel na companhia de Hendrik Bam, conhecido como Henk Bam, o braço direito do ex-coronel do Zimbábwe, e dois dos directores da empresa de segurança privada STTEP International: o ex-oficial das Forças de Defesa da África do Sul (SADF) Simon Witherspoon e seu colega Brett Monroe.

 

Fundada por membros da lendária, mas agora extinta empresa de segurança privada (mercenários) Executive Outcomes, a STTEP também tinha sido solicitada pelo governo moçambicano, mas acabou por ser preterida a favor da opção de redução de preço proposta por Lionel Dyck e Bernardino Rafael, o comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) que foi o motor do contrato com a DAG.

 

Apesar de ter garantido uma prorrogação do contrato, a equipe do ex-coronel do Zimbábwe ainda está lutando para provar o seu valor. Desde Agosto, os homens de Dyck têm estado principalmente ocupados a treinar polícias em Cabo Delgado com a ajuda do veterano do partido no poder, a FRELIMO, Jacky d'Almeida. O DAG esteve praticamente ausente dos céus de Moçambique até o início de Outubro, quando seus helicópteros realizaram uma incursão no arquipélago das Quirimbas, na costa de Cabo Delgado. Com a intensificação dos ataques da insurreição armada, a administração de Nyusi recentemente voltou a entrar em contato com várias outras empresas de segurança privada numa tentativa de retomar o controle da situação. (Africa Intelligence)

segunda-feira, 02 novembro 2020 08:19

Terroristas atacam e matam nove pessoas em Muidumbe

Quando os funcionários e agentes do Estado se preparavam para regressar ao distrito de Muidumbe, província de Cabo Delgado, tal como ordenou o Administrador daquele distrito, Saíde Aly Chabane, os terroristas encetaram uma ofensiva contra aquele distrito, que não registava ataques terroristas desde o passado mês de Abril.

 

Fontes da “Carta” contam que as aldeias de Namacande, Muatide, Nchinga, Muambula, Namacule, 24 de Março, Namande, Nampanha e Magaia foram alvos de ataques terroristas, no último fim-de-semana, que saldaram na morte de nove pessoas e destruição de diversas infra-estruturas públicas e privadas.

 

De acordo com as fontes, as vítimas terão sido todas decapitadas pelo grupo, numa invasão que durou dois dias (sábado e domingo). Aliás, as fontes garantem que a resposta das Forças de Defesa e Segurança (FDS) não foi imediata, pelo que, a aldeia Namacule foi tomada pelos terroristas. Lembre-se que a vila-sede do distrito de Mocímboa da Praia continua sob “gestão” dos terroristas, desde Agosto último.

 

Segundo o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, nos últimos três meses, os terroristas assassinaram cerca de 270 pessoas, entre civis e militares, nos distritos afectados pelo terrorismo, para além do ferimento de 50 elementos das FDS. Os dados foram avançados à margem do XX Conselho Coordenador daquele órgão das FDS, realizado, semana finda, na cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado.

 

Referir que, em comunicado, divulgado pela Amaq News Agency, pertencente ao grupo terrorista Estado Islâmico, lê-se que os terroristas tomaram aldeias do distrito de Muidumbe, capturaram alguns soldados moçambicanos e recolheram algumas armas e munições. (Carta)

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