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segunda-feira, 01 fevereiro 2021 05:17

GABINFO “esclarece” os motivos da expulsão do jornalista britânico

Depois de uma chuva de críticas e de uma indignação generalizada, o Gabinete de Informação (GABINFO), instituição responsável pelo registo dos órgãos de informação e acreditação de jornalistas estrangeiros em Moçambique, veio a público, na última sexta-feira, “esclarecer” os motivos que o levaram a “cassar” o cartão de acreditação do jornalista britâncio Tom Andrew Bowker, Editor do boletim informativo Zitamar News.

 

De acordo com a “Nota de Esclarecimento”, distribuída à comunicação social, na última sexta-feira, a carta de acreditação de Tom Bowker foi retirada pelo facto de a Zitamar News não possuir “elementos de legalidade que a enquadrem como sendo uma agência internacional de notícias, nem como um órgão de comunicação social nacional”, pois, segundo o GABINFO,  a Zitamar News é uma publicação online baseada em Maputo, especializada em serviços de informação sobre Moçambique, cujos conteúdos são geridos e veiculados por Thomas Andrew Bowker, a partir de Maputo, enquanto este solicitou acreditação para desempenhar as funções de correspondente do órgão, no país.

 

Segundo a narrativa do GABINFO, Thomas Andrew Bowker solicitou, em 2014, acreditação como correspondente residente da Bloomberg L.P, uma agência de notícias com sede em Nova Iorque, tendo-lhe sido atribuído o respectivo cartão. Entretanto, em 2016, Bowker solicitaria a mudança do cartão de correspondente da Bloomberg para tornar-se correspondente residente da Zitamar News, uma agência noticiosa com sede em Londres, pedido prontamente atendido pelas autoridades moçambicanas. O cartão terá sido renovado em 2019.

 

“No entanto, ao longo do tempo, o GABINFO foi constatando que, diferentemente de outras agências noticiosas, que têm sede num determinado país e correspondentes em vários países do mundo, incluindo Moçambique, a Zitamar News tinha como sede o nosso país e vinha produzindo e editando os seus conteúdos informativos a partir de Maputo, o que contraria o espírito da Lei na qual assenta a qualidade de correspondente de um órgão de comunicação social estrangeiro”, refere o GABINFO.

 

“Sucede ainda que o senhor Thomas Bowker não conseguiu provar documentalmente a ligação entre a Zitamar News e a Zitamar LP (esta última empresa encontra-se registada na Inglaterra e desenvolve actividades de prestação de serviços, incluindo de informação), embora tenha sido por ele identificada como sendo a empresa proprietária da Zitamar News, na base da qual lhe fora atribuída a acreditação”, acrescenta a fonte.

 

A instituição, que também assessora o Governo, revela que, durante a reunião havida entre ela e o jornalista britânico, em Dezembro último, com vista ao esclarecimento de dúvidas sobre a legalidade da Zitamar News, Tom Bowker admitiu que emprega dois jornalistas moçambicanos, como correspondentes, porém, não estão acreditados pelo GABINFO, para além de colaborar com uma cidadã sul-africana, igualmente não reconhecida pelo GABINFO.

 

“Na referida reunião, o senhor Thomas Andrew Bowker afirmou que a Zitamar LP é uma empresa que tem como sócios, ele e sua esposa. Ou seja, Bowker é correspondente de uma «publicação» da qual é proprietário”, afirma o GABINFO, para quem “todas as evidências, até aqui reunidas, mostram que não existe uma ligação nem prova documental entre a Zitamar LP (empresa) e Zitamar News (órgão de comunicação social), ou seja, a Zitamar News é inexistente, tanto na Inglaterra, assim como em Moçambique, pelo que, de acordo com as normas moçambicanas, não é permitido corresponder para um órgão de informação com inexistência legal”. (Carta)

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