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segunda-feira, 01 fevereiro 2021 07:05

Internamento por Covid-19: ICOR cobra 500 mil Mts e Privado 650 mil

A Covid-19 continua a propagar-se a uma velocidade da luz, no território moçambicano, pressionando, diariamente, os hospitais nacionais, sejam públicos, assim como privados. Por exemplo, ontem, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou a infecção de mais 949 pessoas pelo novo coronavírus, a morte de mais quatro, o internamento de 37 pacientes e a recuperação de apenas 10 cidadãos. No total, o país já contabiliza 38.654 infectados, dos quais 14.328 continuam infectados, sendo que destes 305 se encontram internados.

 

Até à última sexta-feira, os hospitais privados da capital do país continuavam lotados e os públicos encontravam-se pressionados, devido à avalanche de pessoas que procuram pelos serviços médicos, devido à Covid-19.

 

Como forma de entender a “economia” da Covid-19, do ponto de vista dos internamentos no sector privado, “Carta” visitou algumas unidades sanitárias particulares da capital do país, onde para além de confirmar já não haver espaço para novos internamentos, constatou pagar-sevalores astronómicos pelo tratamento de pacientes com Covid-19.

 

“Camuflada” na pele de um cidadão que deseja internar um seu ente-querido, a nossa reportagem escalou, primeiro, a Clínica Cruz Azul, localizada na avenida Karl Marx, no centro da cidade de Maputo, onde ficamos a saber que a mesma não dispõe de serviços de internamento. 

 

ICOR cobra meio milhão de caução

 

Após uma onda de insucesso, “Carta” visitou uma das mais solicitadas e respeitadas unidades sanitárias privadas do país: o Instituto do Coração (ICOR). Aqui soubemos que, para dar entrada a um paciente que padece de Covid-19, são necessários 500 mil Meticais, de caução (garantia de que o paciente está em condições de custear as despesas inerentes ao seu internamento).

 

“Os pacientes com Covid-19 devem pagar 500.000,00 MT para dar entrada, mas dependendo da evolução do paciente e da medicação, o valor pode acabar em três. O tratamento pode custar até dois milhões de meticais”, explicou-nos uma recepcionista, do sector de urgência.

 

Já no Hospital Privado de Maputo, outra unidade sanitária privada de referência da capital do país, fomos informados que a tabela fixada depende das necessidades do cliente, neste caso, o doente. “Para dar entrada a um paciente que precisa de oxigênio, paga-se 390.000,00 MT e para pacientes que precisam de ventiladores são 650.000,00 MT. Mas, como em outros hospitais, esse valor pode ser gasto todo, como também pode ser devolvido, dependendo da recuperação do paciente”, disse-nos a recepcionista que nos atendeu, no local.

 

Tal como no Hospital Privado de Maputo, a Clínica do Hospital Central de Maputo também fixa o valor, de acordo com as necessidades do paciente. “Se o doente der entrada e tiver de ir à sala de reanimação, paga 250.000,00 MT”, disse uma agente de serviço.

 

Referir que a nossa reportagem não conseguiu colher qualquer explicação junto das direcções das unidades sanitárias visitadas. (Marta Afonso)

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