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terça-feira, 08 dezembro 2020 03:09

África do Sul aprova exportação de equipamento e armamento militar para Cabo Delgado

O Governo sul-africano, liderado pelo ex-movimento de libertação Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), aprovou a exportação de armamento e equipamento militar para o conflito armado no norte de Moçambique, noticiou a imprensa.

 

Pelo menos cinco veículos blindados Paramount Marauder de 17 toneladas de fabrico sul-africano, equipados com metralhadoras, chegaram, em Novembro, à província de Cabo Delgado "como parte de operações terrestres", escreve o portal defenceweb.

 

Em Junho, o Comité Nacional de Controlo de Armas Convencionais (NCACC) do Governo sul-africano, que aprova o fornecimento de armas e munições e emite a respectiva autorização de exportação, divulgou que o Parlamento que a África do Sul forneceu armas a Moçambique, sem precisar detalhes, adianta o portal sul-africano.

 

"Não podíamos dizer que não a Moçambique porque é um Governo soberano sob ataque de terroristas", disse o presidente da comissão e ministro na Presidência, Jackson Mthembu, citado pelo defenceweb, referindo-se à alegada insurgência armada na província moçambicana de Cabo Delgado.

 

O Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde 1975 em Moçambique, e aliado político do ANC, enfrenta desde há três anos um conflito armado com grupos locais na província de Cabo Delgado, norte do país, que já casou mais de 2.000 mortes e 500.000 pessoas deslocadas.

 

O portal sul-africano refere que um porta-voz da empresa fabricante Paramount, remeteu para "os Governos envolvidos quaisquer esclarecimentos", sublinhando que a empresa "só fornece soluções e equipamento a governos soberanos".

 

O Grupo Paramount foi criado na África do Sul em 1994, ano em que o Governo do ANC, liderado pelo ex-Presidente Nelson Mandela, foi eleito nas primeiras eleições multirraciais e democráticas no país, com "o objectivo ousado de ajudar os governos africanos a proteger melhor os seus países", refere o sítio oficial na internet da empresa sul-africana.

 

A empresa emprega mais de 3.000 funcionários, e conta com unidades industriais em África, Ásia e Médio Oriente, salienta.

 

A Lusa contactou por email a Presidência da República e o Ministério das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, país que preside actualmente à União Africana, mas não obteve qualquer reposta.

 

A província de Cabo Delgado, onde avança atualmente o maior investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019. (Lusa)

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