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quarta-feira, 18 março 2020 03:39

Junta Militar volta a assumir autoria de ataques na zona centro

Nos últimos cinco dias, a região centro do país voltou a ser palco de incursões armadas contra civis e transportadores de passageiros e de mercadorias. Depois dos ataques registados na quinta, sexta e segunda-feira, esta terça-feira, 17 de Março, por volta das 4:00 horas da madrugada, no troço entre o monte siluvo e a localidade de Nharuchonga, no distrito de Nhamatanda, na província de Sofala, homens armados queimaram um camião cisterna de uma empresa zimbabueana, que transportava combustível e atacaram uma mini-bus, tendo, na ocasião, morto uma mulher e ferido outra pessoa que se fazia transportar no mesmo.

 

Conforme contou uma fonte das Forças de Defesa e Segurança (FDS) presente no teatro das operações, o ataque fez com que todas as viaturas circulassem em coluna, nos dois sentidos. A fonte sublinhou ainda que, desde o dia 12, os homens armados dirigidos por Mariano Nhongo, líder da auto-intitulada Junta Militar da Renamo, têm protagonizado incursões armadas, em diferentes locais ao longo da Estrada Nacional Nº 1.

 

Acrescentando, a fonte contou que, na segunda-feira, o grupo atacou o autocarro de uma companhia nacional, onde houve quatro feridos, sendo que uma jovem mulher encontra-se gravemente ferida na zona do abdómen.

 

“Carta” procurou ouvir o Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique, em Sofala, mas sem sucesso. Daniel Macuácua, porta-voz da corporação naquele ponto do país, disse que não podia falar porque estava em licença e remeteu-nos ao seu substituto, mas este não se pronunciou.

 

No entanto, em entrevista à Deutsche Welle (DW África), na última segunda-feira, o Presidente da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, assumiu a autoria de três ataques, ocorridos na semana finda ao longo da EN1, concretamente na zona de Púnguè, no troço entre os distritos da Gorongosa e Nhamatanda, na província de Sofala.

 

Nhongo afirmou que a Junta Militar “não quer guerra”. “Passa por onde eles passam, não estão a massacrar pessoas, eles só se defendem, quando os militares do Governo vêm atacar a Junta Militar”, afirmou. Aliás, a fonte questionou: “esses militares abatidos, em Púnguè, iam para onde? Saiam donde? Os militares ficam no quartel. Mas eles estão a todo o momento em coluna à busca de matar pessoas, então ‘o salário do pecado é a morte’”, sentenciou.

 

O líder da auto-proclamada Junta Militar da Renamo acusou a Frelimo, partido no poder, de estar todo o momento “interessado em matar os membros da Renamo”.

 

Lembre-se que os ataques na região centro já vêm ocorrendo desde Agosto de 2019, tendo, até ao momento, causado mais de duas dezenas de mortos, para além de feridos e propriedades públicas e privadas atacadas, assim como veículos incendiados. A Junta Militar da Renamo tem sido apontada pelo Governo como responsável pelas atrocidades que se verificam naquele ponto do país. (Carta)

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