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Actualizado de Segunda a Sexta

terça-feira, 10 dezembro 2019 04:00

Ministério Público arquiva processo de investigação da morte da ex-vereadora Célia Cumbe

Nove meses após a morte da ex-Vereadora de Administração e Finanças do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Célia Cumbe, o Ministério Público, na Província de Maputo, diz ter arquivado o processo por falta de provas.

 

Em entrevista telefónica concedida à “Carta”, nesta segunda-feira, 09 de Dezembro, a Procuradora-chefe da Província de Maputo, Evelina Gomane, disse não terem sido encontrados elementos substanciais que incriminem alguém, mesmo quando indícios colhidos durante a investigação apresentem sinais de que houve homicídio.

 

“A investigação do processo foi concluída, entretanto, não conseguimos colher elementos de provas, que nos pudessem conduzir à identificação de algum suspeito, nem mesmo conseguimos colher elementos de provas substanciais que pudessem fazer concluir que estaríamos em sede de um homicídio ou de um acidente. Homicídio provocado por terceiros, morte acidental ou mesmo um suicídio”, disse Gomane, em resposta a uma questão da “Carta” sobre o estágio da investigação do processo.

 

Acrescentando, Evelina Gomane disse que o MP ainda não conseguiu descortinar, neste momento, elementos que pudessem levar a instituição a actuar de forma contundente. “É verdade que tudo indicia ou leva a crer que é homicídio, mas ainda não temos muitos elementos que nos levem a actuar de forma contundente e firme. E, devido a esta situação, decidimos arquivar o processo, porque não existe nenhum suspeito que possa ser responsabilizado”, explicou a Magistrada do Ministério Público.

 

Célia Cumbe foi encontrada morta, no passado dia 05 de Março em circunstâncias estranhas, na sua então residência, no bairro da Matola C, no Município com o mesmo nome. Na altura, o seu corpo apresentava sinais de queimaduras, alegadamente provocadas por um incêndio que consumiu parte da cama, onde a finada se encontrava a dormir.

 

Em Julho, o MP tinha garantido, em entrevista à Rádio Moçambique, que o caso seria esclarecido em 40 dias, o que não aconteceu. Recorde-se que, em Abril, a Procuradoria-Geral da República, a nível daquela província do sul do país, divulgou os resultados preliminares dos exames de autópsia, que descartavam a hipótese de ter sido suicídio.

 

Refira-se que, na altura, a morte de Célia Cumbe suscitou várias interpretações, pelo facto de ter acontecido num período em que as contas do Concelho Municipal da capital do país estavam sendo auditadas e, de acordo com as fontes, existiam factos que só ela poderia clarificar. (Omardine Omar)

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