Chegou ao fim a longa espera pelo substituto de Felisberto Naife, na direcção do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), o órgão responsável pela operacionalização dos processos eleitorais. Depois de quase 60 dias de espera, Loló Correia assumiu, finalmente, o cargo de Director-Geral do STAE, para o qual foi seleccionado em meados de Agosto passado, através de um concurso público conduzido pelo jornalista Salomão Moyane.

Loló Correia, que até então desempenhava as funções de Director do STAE na província de Tete, tomou posse na manhã da passada sexta-feira, no entanto, só na tarde do mesmo dia é que teve confirmação definitiva, após o Tribunal Administrativo rejeitar o pedido de suspensão de eficácia da Deliberação nº 18/CNE/2022, de 8 de Setembro, que elege o novo Director-Geral do STAE.

O pedido de suspensão daquela deliberação da Comissão Nacional de Eleições (CNE), refira-se, fora submetido por José Grachane, um dos concorrentes preteridos pelo júri. Grachane alegava irregularidades na selecção de Loló Correia. Porém, o Tribunal Administrativo evocou questões de natureza processual para rejeitar o pedido do requerente.

O longo caminho para a confirmação de Loló Correia na liderança do STAE teve o seu pontapé de saída em meados de Agosto último, quando este ganhou o concurso público lançado pela CNE para o preenchimento da vaga deixada por Felisberto Naife em Março último. O concurso foi lançado em observância ao número 2, do artigo 10, da Deliberação n.º 23/CNE/2018, de 20 de Junho.

De acordo com os resultados do concurso público, Loló Correia suplantou quatro adversários, nomeadamente, José Grachane, Mário Cossane, Helena Garrine e Jossias Gondachaco.

No entanto, os resultados não foram do agrado dos vogais da CNE, que rejeitaram o trabalho dos membros do júri e impuseram a ditadura do voto. Contudo, Loló Correia acabou conquistado a simpatia de 10, dos 17 membros daquele órgão.

Insatisfeito com a decisão tomada pelos vogais da CNE, José Grachane, que alegava ser a pessoa indicada para dirigir a instituição, recorreu, primeiro, à CNE e, depois, ao Tribunal Administrativo. Mas, sem sucesso.

Dirigindo-se ao novo Director-Geral do STAE, o Presidente da CNE, Dom Carlos Matsinhe, afirmou que, com a chegada de Loló Correia, os órgãos de gestão eleitoral assumem uma nova dinâmica, na medida em que “as actividades dos órgãos tomarão seu rumo com normalidade e celeridade”. Desafiou Loló Correia a cultivar o profissionalismo, rigor e concórdia no seio da instituição.

Já Loló Correia disse que irá iniciar as actividades, olhando para os desafios que a casa oferece, completar a equipa e dar continuidade do trabalho em função do que estava programado.

Fontes ligadas da CNE descrevem Loló Correia como um técnico competente, conhecedor dos processos eleitorais e com menos influência política entre os candidatos que estavam propostos. No entanto, sabe-se que a influência política, em particular do partido Frelimo, é determinante para indicação do Presidente da CNE e do Director-Geral do STAE.

Refira-se que o primeiro desafio de Loló Correia é a organização das VI Eleições Autárquicas, cujo recenseamento eleitoral arranca a 20 de Fevereiro de 2023 e termina a 5 de Abril de 2023. (Carta)