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sexta-feira, 14 outubro 2022 02:22

Chefe da diplomacia ucraniana visita Moçambique para uma “conversa honesta”

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano prometeu ontem uma visita a Moçambique para ter uma “conversa honesta” sobre a invasão russa da Ucrânia, no âmbito do périplo que está a realizar no continente para angariar apoio.

 

“A minha viagem por países africanos vai continuar e Moçambique está entre os países que nós vamos visitar para termos uma conversa verdadeiramente honesta”, declarou Dmytro Kuleba, em resposta a uma pergunta colocada pela Lusa durante um encontro virtual com vários jornalistas de diferentes países africanos.

 

O chefe da diplomacia ucraniana não avançou datas para a visita, mas esclareceu que a intenção é assegurar que Moçambique “perceba” que a Ucrânia está perante uma “clara invasão”.

 

“Queremos assegurar que estamos a ser entendidos, mas isso não significa uma mudança imediata da posição de um país africano […] Se notamos que a reação é honesta e o país vai continuar a refletir sobre a sua posição, nós vamos claramente abrir-nos para esta relação”, declarou Dmytro Kuleba.

 

A possível visita a Moçambique enquadra-se no périplo que a diplomacia ucraniana tem estado a fazer pelo continente africano, apelando para uma condenação unânime da invasão russa da Ucrânia.

 

“Agora todo o mundo percebe que não se trata apenas de uma guerra distante, todos nós sofremos com as repercussões desta invasão. Se, teoricamente, a Rússia vencer na Ucrânia, isso será uma mensagem para todos os países do mundo que querem invadir outros territórios”, acrescentou.

 

Moçambique esteve entre os países que se abstiveram em três resoluções que foram a votos na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) desde a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

 

A primeira resolução condenou a Rússia pela crise humanitária na Ucrânia devido à guerra, outra suspendeu Moscovo do Conselho de Direitos Humanos e a terceira, que foi a voto na quarta-feira, condenou a anexação de territórios ucranianos pela Rússia, reforçando o isolamento de Moscovo no panorama internacional.

 

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde a independência) foi um aliado de Moscovo durante o tempo da ex-URSS, tendo recebido apoio militar durante a luta contra o colonialismo português e ajuda económica depois da independência, em 1975. (Lusa)

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