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segunda-feira, 01 novembro 2021 07:30

Cidadãos apelam à reabertura de praias

Numa petição dirigida à Comissão Técnica e Científica de Combate e Prevenção da Covid-19, os signatários argumentam que os dados específicos de Moçambique não demonstram claramente uma relação entre as vagas da pandemia e a utilização das praias como locais de convívio. 

 

"Embora não existam estudos específicos sobre o contributo desse convívio nas praias para a ocorrência de casos de Covid-19, parece razoável admitir que, a existirem, não é certamente o factor determinante", refere a petição, acrescentando que, em comparação com os transportes públicos ou com mercados, "não nos parece provável que as praias tenham um papel de relevo na propagação da Covid-19, por vários motivos: por um lado, este convívio não acontece todos os dias; e, por outro, trata-se de um convívio ao ar livre e não em lugares fechados, como acontece nos transportes públicos". 

 

Os peticionários apontam que a ausência de subida de casos depois das enchentes registadas, recentemente, em várias praias do país, parece provar esta análise.

 

Lê-se ainda na petição que, por se tratar de um ambiente espaçoso e ao ar livre, as praias são um local de muito baixo risco para além de que constituem um ambiente privilegiado de recreação e lazer, com um potencial incalculável na promoção da saúde e bem-estar dos cidadãos.

 

A petição enumera as vantagens das praias, a nível da saúde social, fisiológica e psicológica da população, bem como do potencial turístico em termos do volume de negócios com enorme impacto no emprego e rendimento de milhares de famílias.

 

"Considerando o baixo risco para a propagação da Covid-19 no convívio nas praias e considerando os elevados prejuízos para a saúde pública e bem-estar dos cidadãos, assim como para a economia do país, vêm os signatários apelar à abertura das praias", escrevem os peticionários.

 

Na última comunicação à Nação, no âmbito do Estado de Calamidade Pública, o Presidente da República, Filipe Nyusi, determinou a interdição do uso de praias em todo o território nacional até 20 de Dezembro e a medida foi tornada lei pelo Decreto 86/2021 de 25 de Outubro de 2021.

 

Os peticionários reconhecem que o comportamento cívico em algumas praias tem sido nefasto e inaceitável, "julgamos, contudo, que o momento constitui uma oportunidade para o desenvolvimento de um plano de educação cívica para o cumprimento de regras de convivência social saudável, incluindo as medidas de contenção da pandemia. Assim, os mesmos meios que se têm utilizado para fazer cumprir o uso das praias poderiam ser usados para impor a sua correcta e cívica utilização". (Carta)

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