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terça-feira, 14 abril 2020 06:11

Falso alarme ou aborto de uma chacina na Ilha do Ibo?

No último domingo, 12 de Abril, os residentes da Ilha do Ibo, um dos locais que acolhe grande parte dos refugiados, provenientes dos distritos de Macomia e Quissanga, severamente assolados pelos ataques protagonizados pelo “grupo sem rosto”, na província de Cabo Delgado, viveram momentos de pânico.

 

Segundo contam as fontes, tudo se deveu aos tiros ouvidos pela população, durante a madrugada daquele dia (presume-se que tenha sido por volta das 3:00 horas), tendo-se chegado à conclusão de que se tratava de mais uma ofensiva dos insurgentes que, na sexta-feira, atacaram o Arquipélago das Quirimbas.

 

Entretanto, durante o dia, a população foi explicada o que havia acontecido. De acordo com as fontes, os tiros terão sido disparados por militares que se encontravam junto ao mar, quando estes alegadamente “respondiam” a um barco, cujos ocupantes ignoraram os elementos das Forças de Defesa e Segurança (FDS).

 

Segundo as fontes, dois barcos, supostamente transportando pescadores, terão tentado entrar na Ilha do Ibo àquela hora. Abordados pelos militares, estes permaneceram no silêncio, o que suscitou a ofensiva das FDS contra os ocupantes dos barcos. As fontes afirmam que alguns ocupantes se lançaram ao mar.

 

À “Carta”, as fontes garantiram que os ocupantes capturados afirmaram que tentavam fugir por pensar que os militares que estavam naquele local fossem integrantes do grupo que aterroriza a província, desde 05 de Outubro de 2017. Relatam ainda que disseram que não sabiam que era proibida a circulação durante a noite.

 

Os supostos pescadores capturados foram libertos durante o dia por se tratar de pessoas conhecidas na comunidade. As fontes não clarificaram qual era a proveniência dos referidos pescadores e muito menos o que lhes levou a circular naquela zona durante a noite, conhecendo a realidade que se vive nela, havendo, portanto, dúvidas se terá sido um falso alarme ou aborto de uma chacina naquela região.

 

Refira-se que a situação gerou pânico naquele local turístico e alguns cidadãos recorreram às matas para se esconder. Aliás, as fontes garantem que algumas pessoas ficaram feridas, porém, não há registo de óbitos. (Carta)

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