Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

sexta-feira, 19 abril 2024 08:35

Carta do leitor: Será que o Razaque Manhique não pode colocar ordem na Policia Camarária

Hoje (18) fui vítima de mais uma vigarice no município de Maputo. E, por este facto, vai o meu repúdio e pedido para um “basta”.

 

Por volta das 11h00 fui ao notário, localizado na Av. Vladimir Lenine, próximo à Pastelaria Colmeia, para o reconhecimento de assinaturas. Estacionei o carro em frente ao restaurante MIMOS 2 na esquina entre as Av. Vladimir Lenine e Agostinho Neto. Para o meu azar, o atendimento no notário foi muito demorado. De lá só saí por volta das 12h30. Ao chegar ao local onde estacionara a viatura, sou surpreendido com uma “Chamussa”. O carro foi trancado. Um Polícia Municipal que ainda deambulava no local agachou-se colocando outra “Chamussa” no carro de mais uma vítima, por sinal uma senhora. Nós dois rogamos, pedimos desculpas pela “distracção”, mas o nosso exercício foi inútil porque lá veio o chefe, carrasco, para informar-nos que, pela infracção cometida (estacionamento em local reservado para TAXIS) devíamos pagar uma multa de 1000,00 mt (mil meticais) em dinheiro com recurso ao POS e depois se mandou.

 

Uma confusão tomou conta de mim e eu perguntava o que estava a acontecer. Que empresa é esta? Estas interrogações surgem por conta das falcatruadas, vigarices que tomaram conta da nossa cidade.

 

Liguei de imediato para um amigo que trabalha na Empresa Moçambicana de Mobilidade e Estacionamento (EMME) e contei o sucedido. Em reacção, ele disse: “nada mano, esse pessoal não é da EMME. Trata-se de agentes da Polícia Municipal. Essa zona não faz parte da jurisdição da EMME”. Foi então que me dei conta da existência de áreas de actuação distintas, da polícia camarária ou municipal e da EMME.

 

A minha indignação e o pedido de socorro tem como motivos

 

  1. No espaço que se diz reservado para o estacionamento dos TAXISTAS, o asfalto esta todo rebentado e sem sinalização vertical nenhuma. Portanto, sem condição alguma para qualquer marcação (imagens ilustram).
  1. Cheguei ao local por volta das 11h00. Saí do notário às 12h30min. Quando estacionei a viatura não havia no local um único TAXI. No meu regresso também não havia TAXI nenhum no local. Fiquei no local por quase 1 hora à espera da polícia para vir “tomar a iguaria” e assim permitir a nossa retirada do local e, durante esse tempo de espera, nem um TAXI apareceu. Estranho.

 

Perante os elementos acima referidos, a ideia que eu alimentara, de estar perante uma vigarice, se avolumou. Como disse anteriormente, fiz questão de permanecer no local, atento a todos os movimentos e interagindo com munícipes que por ali viam e observavam com indignação a mega sena. Neste exercício, tive a oportunidade de conversar com dois concidadãos.

 

O primeiro é um conhecido meu que, por sinal, vive no prédio onde se localiza, no rés-do-chão, a Pastelaria Colmeia. Com ele partilhei a minha indignação e a sua reacção também foi de indignação e afiançou que eu era mais uma vítima destes “sanguessugas” que não poupam esforços para extorquir os automobilistas. “Meu amigo, neste local não estaciona nenhum taxista. Você pode permanecer aqui todo o dia e não verá nenhum taxista neste local. O que vais ver é a viatura da polícia camarária, com idas e vindas para este local, para colocar “Chamussas” nas viaturas de distraídos como tu, que estacionam aqui.

 

Mas o que acontece aqui é o seguinte: Este local de facto foi uma praça de táxis. Estes ocupavam as duas faixas de estacionamento da Av. Vladimir Lenine. Só que, nós residentes das cercanias da praça submetemos, à edilidade, um pedido para que a reserva dos taxistas fosse do lado direito. Apesar de não termos tido uma resposta por parte do município, o espaço reservado aos taxistas é de facto o lado direito e ali está marcado o espaço para dois (2) taxistas, os únicos que ainda restam aqui, pois, com a entrada em funcionamento do serviço de táxi YANGO, a maioria dos taxistas sumiram deste local.

 

O segundo interlocutor com quem interagi foi um senhor que também frequenta o local devido às suas actividades diárias. O senhor confidenciou-me: “meu irmão, este local é uma mina destes senhores. De 40 em 40 minutos, estes senhores vêm para este local para colocar “Chamussas” nas viaturas aqui estacionadas e, assim, vão enchendo os bolsos, extorquindo automobilistas.

 

Então, deixo estas linhas mesmo para pedir a quem de direito para pôr fim a esta onda de extorsão instalada neste local. (Nacilifa Ngoka

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