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terça-feira, 01 novembro 2022 07:11

Greve na Diname: Trabalhadores reivindicam cinco meses de salários

Mais de 60 trabalhadores da editora e distribuidora de material escolar (Diname), em todo o país, iniciaram uma greve pacífica, na manhã desta segunda-feira (31 de Outubro), em reivindicação de cinco meses de salários em atraso referentes ao presente ano.

 

À “Carta”, os funcionários contaram que os atrasos no pagamento de salários verificam-se desde o mês de Junho último e, desde então, eles têm estado a trabalhar a meio gás, sendo que alguns colegas nem sempre conseguem se fazer ao trabalho por falta de dinheiro de transporte.

 

Os funcionários afirmam que o atraso no pagamento de salários se verifica principalmente desde que o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) decidiu retirar gradualmente da Diname a função de distribuidora dos livros no sector da educação a nível nacional.

 

“Nós estamos sem salários porque o Ministério da Educação não nos quer pagar. Nestes meses há vários recibos que foram enviados ao Ministério para dar o aval para termos salários e isto não está a acontecer, o que está a prejudicar também o pagamento de outras facturas da empresa. Neste momento, a Diname já não está a prestar serviços para o Ministério da Educação porque o Banco Mundial diz que ela deve concorrer por via de um concurso público com outras empresas distribuidoras, porém, a Diname está em via de extinção e o caso está a ser tratado pelo Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE)”, referem os trabalhadores.

 

Os trabalhadores alegam ainda que a direcção da Diname tem estado a ameaçar e a perseguir os trabalhadores e, nos últimos dias, têm havido transferências sem justa causa, numa altura em que não há produção.

 

O grupo diz que quando questiona o patronato sobre a falta de pagamento dos salários, este diz apenas que o ministério não quer pagar. “Já enviamos várias cartas ao Primeiro-Ministro a pedir um encontro para ajudar-nos a resolver os nossos problemas, mas não tivemos nenhuma resposta”.

 

“Carta” contactou o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano para perceber as razões do atraso no pagamento de salários, mas sem sucesso. Contactamos ainda o Director da Diname, Assane Sufiane, mas até ao fecho desta matéria disse que não podia falar sobre este assunto porque estava reunido. (Marta Afonso)

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