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O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) projecta abrir, em Setembro próximo, um novo balcão, desta vez no distrito de Pebane, no nordeste da província da Zambézia. Trata-se, na verdade, de uma infra-estrutura erguida em 2020, mas que nunca chegou a funcionar.
Segundo o BCI, o atraso na abertura daquela instituição financeira deveu-se à falta de recursos humanos. O banco explica que teve a necessidade de identificar, seleccionar e formar equipas de trabalho locais, um processo já ultrapassado.
No entanto, esta explicação nunca foi dada à população de Pebane e nem às autoridades locais, que há dois anos aguardam pela abertura daquela instituição financeira. “Nunca nos informaram as razões do abandono daquela agência”, disse Robert Armando, Secretário Permanente do Distrito de Pebane.
Segundo Robert Armando, o BCI foi o primeiro banco comercial moçambicano a visitar aquele distrito costeiro da Zambézia, com a finalidade de medir o “pulsar” da população em torno da instalação de uma agência no distrito.
Na altura, disse o Secretário Permanente de Pebane, o banco seduziu os funcionários do Governo distrital a abrirem contas bancárias com a promessa de instalar, rapidamente, uma agência naquele ponto do país. Mas debalde! Quem acabou instalando, em primeiro lugar, uma agência bancária em Pebane foi o Millennium Bim, que construiu a sua unidade de negócios em 2019, no âmbito do programa “Um Distrito. Um Banco”.
“Estamos a contar abrir e inaugurar em Setembro, embora haja possibilidade de o anteciparmos, se as condições de abertura o permitirem”, garantiu o BCI, numa nota enviada à “Carta”.
A abertura daquele balcão constituirá um alívio para a população de Pebane, assim como para a maioria dos funcionários públicos, cujas contas bancárias estão domiciliadas no BCI. “Mais de 90% dos nossos funcionários recebem os seus salários através do BCI, mas são obrigados a levantar o dinheiro no Millennium Bim. Porém, para tratar qualquer processo relacionado com as suas contas, devem deslocar-se a Maganja da Costa ou Mocuba”, explicou Robert Armando.
Maganja da Costa dista a aproximadamente 129 Km e Mocuba a cerca de 207 Km. Nestas deslocações, os clientes do BCI que residem em Pebane são obrigados a despender, ida e volta, 600 e 800 Meticais de transporte, respectivamente. Também são obrigados a reservar dinheiro de hospedagem e alimentação, pois, não há condições para as pessoas irem e regressarem no mesmo dia, devido às condições precárias das vias de acesso e à falta de transporte.
“É uma situação que nos preocupa bastante. A cada visita do Governo provincial ou central, que chega a Pebane, a população chora pela abertura deste banco. Até o Presidente da República já foi informado acerca deste banco, mas até hoje nada aconteceu”, afirmou Robert Armando, em conversa com a nossa reportagem.
“O projecto de abertura deste balcão é da exclusiva responsabilidade do banco, no âmbito da sua estratégia de expansão”, esclarece o banco, sublinhando ainda que o projecto não está relacionado ao programa “Um distrito. Um banco”, lançado pelo Governo.
Refira-se que, devido ao abandono da infra-estrutura, o local encontra-se coberto de capim. Aliás, “Carta” soube que, no fim de Maio passado, uma equipa do BCI esteve no local a fazer trabalhos de manutenção da infra-estrutura. (Abílio Maolela, em Pebane)
