Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

sexta-feira, 08 abril 2022 07:15

Helena Taipo cala-se às perguntas do Ministério Público

taipo

Depois de na terça-feira ter desmentido todo o conteúdo da acusação do Ministério Público, na quarta-feira, a antiga Ministra do Trabalho, Helena Taipo, acusada de liderar um esquema de desvio de 113.6 milhões de Meticais dos cofres da Direcção do Trabalho Migratório, optou por ignorar sete, das 10 perguntas colocadas pelo Ministério Público, representado pelo magistrado Armando Parruque.

 

“Não vou responder” e “esta questão só pode ser respondida pela então Direcção do Trabalho Migratório” foram as respostas mais ouvidas na sala de sessões do Tribunal Judicial do Distrito Municipal de KaTembe, casa emprestada à 10ª Secção Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, que julga o processo nº 51/2019/10.

 

Entre as poucas perguntas em torno das quais conseguiu elaborar uma resposta, Helena Taipo disse ao Tribunal não ter qualquer imóvel apreendido pela justiça na província de Nampula. Garantiu que nunca recebeu qualquer notificação da Procuradoria-Geral da República sobre a apreensão de um imóvel, localizado no bairro de Muahivire, até porque diz não possuir qualquer casa naquele bairro da capital provincial de Nampula.

 

Taipo afirmou estar indignada com a acusação do Ministério Público, pois, tudo o que fazia na instituição era previamente planificado. Explicou ainda que o uso das receitas consignadas carecia sempre da autorização exclusiva do Ministério das Finanças, pelo que não havia condições de fazer autorizações indevidas.

 

“O que fizemos foi um plano de utilização. Não sei com que fundamento o Ministério Público se baseou para produzir a acusação”, defendeu, sublinhando que a sua missão era apenas de assegurar o bom funcionamento da instituição.

 

Quando questionada acerca do projecto de construção do complexo oficinal no Instituto Nacional de Formação Profissional (INEFP) de Malema, província de Nampula, que estava orçada em cerca de 5 milhões de Meticais, a ex-governante explicou que a obra estava inscrita no Plano Económico e Social (PES) de 2014 e que visava promover emprego, no âmbito da reinserção social dos mineiros residentes na região norte do país.

 

Refira-se que a audição de Maria Helena Taipo terminou esta quarta-feira (durou dois dias), sendo que, na próxima terça-feira (12 de Abril), o Tribunal irá interrogar a antiga Directora Nacional do Trabalho Migratório, Anastácia Zitha, apontada como peça-chave do processo. (O. Omar)

Sir Motors

Ler 2876 vezes