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quinta-feira, 23 dezembro 2021 07:33

Vem aí o novo “eldorado” de Moçambique para os próximos tempos

A província de Gaza, sul de Moçambique, é o futuro “eldorado” do país, mercê do investimento de 7 biliões de USD previsto para o distrito de Chongoene para a construção de infra-estruturas para escoar areias pesadas e não só.

 

No ano 2000, o “eldorado” do país era a província de Maputo, quando acolheu o primeiro maior investimento após a guerra civil, no valor de 2 biliões de USD injectados pela Mozal, para fundição de alumínio. Em 2011, o nome foi baptizado à província de Tete, centro do país, quando a mesma acolheu investimentos de mais de 6 biliões de USD da brasileira Vale para extrair carvão mineral. Em 2017, as atenções viraram para província nortenha de Cabo Delgado, quando se tomou a decisão final de investimento do Projecto Coral Sul para a exploração do gás natural na Bacia do Rovuma, cujo arranque é daqui a seis meses, pela italiana Eni e parceiros, num investimento de 7 biliões de USD. Não é o único investimento.

 

Entretanto, numa altura em que Cabo Delgado é o actual “eldorado” do país, Gaza também se prepara para ser um local pródigo em riquezas e oportunidades, mas pela porta do distrito de Chongoene. A partir de 2023, o distrito vai acolher 7.2 biliões de USD, quase metade da actual riqueza de Moçambique, o Produto Interno Bruto (PIB), avaliado em pouco mais de 15 biliões de USD.

 

De acordo com o “Notícias”, parte desse valor (324 milhões de USD) será destinado à construção, no referido distrito, de um porto marítimo multiusos de águas profundas, com capacidade para manusear 150 milhões de toneladas de carga por ano.

 

O periódico refere que, para a concretização desta iniciativa, as empresas Moçambique STT SA e a PowerChina hhy Joint Ventura anunciaram a assinatura, há dias, do contrato para a materialização do chamado Corredor de Desenvolvimento de Chongoene (CDC).

 

“No global, o projecto do CDC está estimado em 7.2 mil milhões de USD e compreende, para além do porto de águas profundas, uma linha ferroviária de carga multiusos de alta densidade, projectada para padrões internacionais de transporte de carga pesada; uma linha de 221 km do porto de Chongoene para Donga (distrito de Guijá) onde fará a ligação com a Linha dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) até Chicualacuala, na fronteira com a República do Zimbabwe”, lê-se no referido periódico.

 

Do investimento total está também prevista a construção de um ramal do porto de Chongoene até ao distrito de Jangamo, via Inharrime, na província de Inhambane, zona rica em recursos agrícolas e minerais; instalação de parques eco-industriais e petroquímicas, uma zona franca para o agro-processamento, produção de energia e manufactura, processamento de minerais, montagem de veículos e indústrias tecnológicas.

 

Citando um comunicado conjunto de ambas empresas, o matutino refere que as partes acreditam que, com a construção do porto, vai nascer uma cidade portuária moderna planeada, de classe mundial, com capacidade de 500 mil habitantes.

 

No âmbito do acordo entre as empresas em questão, nos próximos 24 meses deverão ser realizados e aprovados estudos de viabilidade. Terminado o processo, em Janeiro de 2023 deverão iniciar obras do porto (cuja conclusão está prevista para 2025) que incluem área de armazenamento, um corredor de acesso, quebra-mar e estradas de ligação.

 

Espera-se que o porto de Chongoene dinamize economias dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), bem como o tão criticado Aeroporto Filipe Nyusi, recentemente inaugurado no distrito de Chongoene.(Evaristo Chilingue)

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