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terça-feira, 22 setembro 2020 06:02

Carta ao Leitor: Uma nova “insurgência” nasce ao Centro

No centro de Moçambique instalou-se uma nova “insurgência”. Não tem as cores negras do jihadismo; mas o gênero ruminante que pasta onde está amarrado. Entre o Inchope e Muxungue, na Estrada Nacional N1, foram montados mais de dez postos de controlo “rodoviário” informais. Em cada um deles, estão de plantão entre 3 a 4 elementos das Forças de Defesa e Segurança. Uns fardados, outros a civil, mas todos armados. Sua missão: controlar as bolsas dos automobilistas.

 

São, na verdade, postos de chantagem, da cabritagem desavergonhada. Postos de ameaça sob gatilho e balas na câmara. Cada carro que passa vê-se obrigado a contribuir em dinheiro para “matar a fome” dos militares ali estacionados a pretexto de protegerem a via dos ataques perpetrados pela facção renamista do General Nhongo.

 

Sem logística eficiente por parte do Exercito (com as baterias todas apontadas para o terrorismo ao Norte), aparenta que os militares foram deixados a sua sorte. Com comida escassa, eles extorquem todos que por lá passam. Na semana passada, recebemos cinco testemunhos de gente que viveu na pele o drama da cobrança militar rendeira. E pior: quem não paga e pisa os travões, há-de ser emboscado mais a frente. Isto mostra que os grupelhos trabalham em coordenação.

 

No domingo da semana passada, uma ambulância do Ministério Saúde foi alvejada, sem vítimas, de acordo com fontes da Saúde, em Sofala. Nessa empreitada atroz, os militares se mostram destemidos. Disparam a valer. E, por isso, com o recrudescer dos ataques a viaturas civis no centro de Moçambique começa a ser necessário destrinçar correctamente sua autoria, sobretudo no perímetro Inchope/Muxungue. Aqui, há grupos sem comando de FDS fazendo e desfazendo. (Carta

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