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terça-feira, 18 agosto 2020 03:56

CTA prevê crescimento negativo da economia moçambicana em 2020

Olhando para o actual clima económico, marcado por quebras acentuadas de facturação, tendo no primeiro semestre de 2020, sido alcançados os 453 milhões de USD (31 mil milhões de Meticais), por efeitos da crise pandémica, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) traça um futuro negativo sobre o crescimento da economia moçambicana em 2020, face a 2019, em que a economia cresceu em 2,2%.

 

Estimativa da Confederação, divulgada semana finda em estudo, aponta que a taxa de crescimento poderá ascender aos 1,1% (contra uma estimativa revista do Governo de 2,2%), num cenário optimista, e -0,5%, num cenário pessimista.

 

Devido ao impacto da Covid-19, que reduziu para 65% a actividade económica do sector privado, a CTA acredita que o cenário pessimista é considerado, actualmente, o mais provável, e fundamenta-se pela rigidez estrutural da economia moçambicana (que torna difícil que a economia se recupere de um choque no curto prazo), a manutenção do Estado de Emergência no segundo semestre do ano (que implica restrições à actividade empresarial) e a manutenção das restrições de entrada e saída nos principais parceiros comerciais de Moçambique, como é o caso da África do Sul, que representa cerca de 30% do volume de comércio externo do país.

 

Apresentando o resumo do estudo, em conferência de imprensa, o Vice-presidente da CTA, Álvaro Massinga, assinalou que, com base nestes fundamentos, a agremiação entende que o cenário pessimista, que prevê uma taxa de crescimento negativa de -0.5%, será o prevalecente.

 

Todavia, observou Massinga, dependendo da abordagem das medidas do estado de emergência para o sector empresarial no segundo semestre do ano e da evolução da pandemia na economia sul-africana, a taxa de crescimento poderá seguir um curso de recuperação gradual, podendo reverter a tendência que se prevê, de um crescimento negativo.

 

“Adicionalmente, a reabertura das economias parceiras comerciais de Moçambique e o retorno das ligações aéreas poderá gerar pressões sobre o Metical, [o que se irá dever à maior procura por moedas externas], levando-o a experimentar alguma depreciação face às principais moedas, particularmente o Dólar norte-americano e o Rand sul-africano. Teremos de estar preparados”, alertou Massinga.

 

Perante esse quadro, a CTA exige ao Executivo a reformulação das medidas previamente adoptadas para mitigar o impacto da crise na economia, tornando-as abrangentes e efectivas.

 

O estudo da CTA é divulgado numa semana em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) veio a público informar que o clima económico das empresas continuou em queda no segundo trimestre do ano em curso. No primeiro trimestre, concluiu o INE, a confiança dos agentes económicos registou 95 pontos, mas no segundo caiu para 80 pontos, devido à baixa confiança registada com maior destaque no sector de alojamento, restauração e similares, serviços não financeiros e de comércio. (Evaristo Chilingue)

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