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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

sexta-feira, 20 março 2020 06:55

Há laboratórios (dois) privados que testam Covid-19 em Maputo, mas com critérios “duvidosos”

Existem, na capital do país, dois Laboratórios privados que fazem testagem do Covid-19, a pandemia que já infectou mais de 222 mil pessoas e matou cerca de 9 mil, em todo o mundo. A informação foi confirmada, ontem, pelo Instituto Nacional de Saúde (INS), numa reunião com diferentes instituições públicas e privadas, que visava discutir o estágio de preparação do país para fazer face à doença, assim como analisar as medidas vigentes em todo o território nacional.

 

Trata-se do Laboratório de Análises Clínicas Dr. Joaquim Chaves de Moçambique, sucursal do laboratório português com o mesmo nome, pertencente a Joaquim Chaves Saúde (JCS), um grupo que, desde 1959, opera exclusivamente no sector da saúde, naquele país europeu; e da Lancet Laboratórios Moçambique, filial da sul-africana Lancet Laboratories, um dos principais laboratórios de patologia que operam no continente africano, fornecendo serviços vitais de diagnóstico e monitoramento de patologia.

 

De acordo com as fontes da “Carta”, que participaram do encontro, os dois laboratórios irão recolher as amostras, que serão enviadas, posteriormente, para a vizinha África do Sul (pela Lancet Laboratórios) e Portugal (Laboratório Joaquim Chaves), num processo que irá durar seis dias para o anúncio dos resultados.

 

As fontes revelaram, entretanto, que o Ministério da Saúde (MISAU) afirmou que ainda não existem critérios claros de testagem destes dois laboratórios, pelo que, ainda irá investigar sobre os procedimentos usados. Para tal, confirma a fonte, o MISAU delegou uma equipa para investigar os procedimentos de testagem destes laboratórios para depois explicar ao público sobre a credibilidade dos mesmos.

 

Segundo a fonte, os técnicos do MISAU afirmaram que, para a realização dos referidos testes, os referidos laboratórios (privados) irão cobrar preços que variam entre 85 a 100 USD, equivalente a cerca de 5.500 Mts a 6.600 Mts.

 

A fonte sublinhou que o Laboratório Nacional realiza testes e os resultados são apresentados em 48 horas, porém, “não reúne capacidades técnicas e de recursos para responder à demanda que se espera ter”.

 

Na reunião, anota a fonte, o Instituto Nacional de Saúde adiantou que irá iniciar um trabalho de rastreio em pacientes com doenças respiratórias nas unidades sanitárias, mas a iniciativa irá abranger apenas três pacientes em cada unidade sanitária identificada como piloto, na zona sul, devido às limitações de recursos.

 

A fonte acrescentou ainda que o MISAU irá montar tendas nos parques de estacionamento ou quintais dos hospitais de nível quarternário (como hospitais centrais) para testagem, antes de seguirem para outros estágios de atendimento, de modo a controlar as infecções ainda na entrada. Assegurou que os pacientes com sintomas de gripe terão um tratamento diferencial, com vista a prevenir novas infecções.

 

O sector da saúde apela a todos os moçambicanos a tomarem as devidas precauções no sentido de se evitar uma catástrofe e, para tal, convidou para o encontro artistas para apoiarem na campanha de sensibilização. (Carta)

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