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terça-feira, 17 dezembro 2019 03:06

Sistema da Euronet começa a funcionar em 2020

Continuam uma incógnita os moldes que culminaram com a contratação da Euronet, entidade a quem o Banco de Moçambique (BM) confiou a implementação de uma nova plataforma de pagamentos interbancários no país.

Os termos contratuais continuam, até hoje, no “segredo dos deuses”.

 

Entretanto, esta segunda-feira, durante o brinde alusivo ao enceramento do ano económico, o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, garantiu que o sistema da Euronet começará a funcionar efectivamente no próximo ano, 2020.

 

No entanto, aquele dirigente não avançou uma data concreta para a entrada em funcionamento do novo sistema. Disse apenas que o mesmo irá marcar a viragem na história do país.

 

“Ainda em 2020, iremos implementar uma nova plataforma de pagamentos interbancários, ao abrigo do contrato com a Euronet, o que marcará uma viragem na história de Moçambique”, disse Rogério Zandamela.

 

Sobre o serviço em concreto, Zandamela disse: “a nova infra-estrutura será mais segura, sólida, com maior cobertura de transacções e permitirá maior interoperabilidade em todo o sistema financeiro, incluindo entre as instituições de moeda electrónica”.

 

A Euronet, empresa americana, foi escolhida a dedo por Rogério Zandamela para substituir a portuguesa Bizfirst, que é actualmente responsável pela gestão do sistema de pagamentos interbancários no país.

 

Apesar do Banco Central nunca ter revelado os números envolvidos na operação, sabe-se que a proposta apresentada pela Euronet ronda os USD 7 milhões.

 

Com a fima americana, o BM rubricou, a 10 de Dezembro de 2018, um contrato para o licenciamento, implementação e manutenção de um sistema informático de pagamentos electrónicos interbancários, que será utilizado pela Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO).

 

O novo operador do sistema de pagamentos no país surge na sequência de uma velha “zanga” com o anterior provedor, no caso a Bizfirst, que a 16 de Novembro de 2018, de forma unilateral, decidiu deitar abaixo o sistema de pagamentos eletrónico interbancário, devido a um alegado incumprimento por parte da rede-SIMO.

 

À data, Zandamela, como forma de fazer vincar a sua decisão, disse, à saída de uma audição no parlamento, que afastava a firma portuguesa por esta ter feito “chantagem” e “colocado o país de joelhos”.

 

Recorde-se que o apagão no sistema financeiro só veio a ser restabelecido, graças à intervenção da banca que decidiu pagar a dívida de cinco milhões de dólares norte-americanos à Bizfirst, num processo em que o BM foi apenas um mero expectador. (Carta)

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