O Esmael Malude Ramos Nangy, 50 anos, cidadão moçambicano residente na África do Sul a cerca de 25 anos, detido em Centurion pela Interpol no sábado (data correcta, de acordo uma fonte familiar), compareceu hoje perante uma juíza no Tembisa Magistrate Court, mas a audiência do seu caso foi logo interrompida.

De acordo com Calvin Maille, o juiz adiou o caso para a próxima segunda feira, justificando a falta de preparação do Procurador indicado para o caso em representação o Estado sul africano, o qual ainda não recebeu do DPP (Directorate of Public Prosecutions), as alegações que pesam contra Rico Nangy, que se encontra detido na prisão de “Kgosi Mampuru”, em Pretória.

A prisão de Rico Nang segue-se a um mandado de captura internacional, emitido em Julho de 2022 pelas autoridades moçambicanas. Ou seja, ele foi preso para poder ser extraditado para Moçambique. Isto significa que as autoridades judiciais de Moçambique, nomeadamente a Procuradoria Geral da República, deverão fornecer à sua contraparte sul africana todas as evidências de incriminação de Rico, que vive legalmente na Africa do Sul.

Uma fonte familiar negou, em conversa com “Carta”, o envolvimento de Rico em qualquer actividade criminal. De acordo com a fonte, Esmael Nangy foi detido na sua própria casa, o que evidencia que ele não estava em fuga. Por outro lado, asseverou a fonte, ele tinha licença de porte de arma e os vários telefones pertencem aos filhos.

Uma fonte policial em Maputo disse a “Carta” que Nangy é apenas um suspeito de um caso de rapto ocorrido o ano passado na capital moçambicana, na sequência do qual uma sua viatura foi apreendida por alegada semelhança com a viatura captada por câmeras de vídeo vigilância no local do alegado sequestro. Um motorista e mecânico de Nangy encontra-se detido desde essa altura em Maputo.

Esmael Nangy vai lutar para não ser extraditado para Moçambique, disse a fonte familiar. (Carta)