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segunda-feira, 06 junho 2022 08:03

Terroristas abrem nova frente e atacam Ancuabe

Depois de várias ameaças de ataque terrorista, o distrito de Ancuabe, na província de Cabo Delgado, acabou sendo “escalado” pelos insurgentes. Este domingo, o grupo atacou a aldeia Nanduli, que dista a pouco mais de 30 Km do famoso cruzamento de “Silva Macua” (entroncamento entre a EN1 e a EN380).

 

As fontes não avançaram os danos causados pelos terroristas, mas garantem que dezenas de famílias foram obrigadas a passar a noite no mato. Até ao princípio da noite, os ataques ainda continuavam naquela aldeia.

 

Agitação da vila de Ancuabe

 

No entanto, a sede do distrito de Ancuabe e a aldeia Nanhomani, na província de Cabo Delgado, acordaram agitadas, no último sábado, depois de terem sido vistos homens armados vestidos a militares, nas proximidades daquela aldeia.

 

Devido à insegurança que se vive na região, parte da população de Nanhomani fugiu até à sede de Ancuabe e outros populares foram à mata. Até ao meio-dia, pelo menos quatro pessoas eram dadas como desaparecidas, das quais duas crianças.

 

Um contingente das FDS foi despachado para a zona de Gihote para conter qualquer tentativa de ataque terrorista, ao distrito de Ancuabe, entretanto, mais tarde, as autoridades deram conta de que não se tratava de terroristas, mas, sim, de um grupo de militares do centro de instrução básica militar de Macarara.

 

O grupo regressava de uma missão, mas por ter passado pela aldeia numa hora não habitual, isso chamou atenção da população que começou a suspeitar. Gihote não está distante dos distritos de Quissanga e Meluco, onde recentemente foram reportados movimentos terroristas.

 

Segundo relatos, a população dos arredores da sede do distrito de Ancuabe vive com medo, depois de há duas semanas ter sido capturado um indivíduo numa aldeia próxima da sede do posto administrativo de Metoro, que se fazia passar por mendigo, quando supostamente se tratava de um terrorista que acabava de desertar e pretendia chegar à sua zona no distrito de Balama.

 

Num outro desenvolvimento, "Carta" soube que um cidadão de nacionalidade tanzaniana, supostamente ligado aos terroristas, foi identificado pela população na aldeia Gihote, no distrito de Ancuabe e, mais tarde, entregue às autoridades.

 

Na sexta-feira, através dos seus meios de informação, os terroristas divulgaram imagens chocantes em que reivindicam decapitações em diferentes pontos de Cabo Delgado. Nas mesmas imagens, os terroristas mostram igualmente uma viatura do serviço distrital de Saúde, Mulher e Acção Social do distrito de Meluco, da qual se tinham apoderado no passado dia 26 de Maio.

 

Os terroristas não conseguiram levar a viatura devido à intervenção das FDS, mas já tinham vandalizado e saqueado medicamentos e telefones dos ocupantes.

 

Terroristas libertam 20 reféns nos distritos de Meluco e Quissanga

 

Cerca de 20 pessoas raptadas nas últimas investidas dos terroristas nos distritos de Quissanga e Meluco em Cabo Delgado foram libertas e já estão no convívio familiar.

 

Das pessoas libertas, incluem-se duas mulheres raptadas quando estavam a tomar banho num dos poços da aldeia Mitambo ao longo do troço Silva-Macua/Macomia. Fontes na aldeia Mitambo disseram à "Carta" que outras pessoas foram raptadas nos povoados de Nsai e Massassi, bem como em Tapara e Tororo, estes últimos no distrito de Quissanga.

 

Explicaram que os raptados não foram maltratados, apenas foram usados para carregar produtos alimentares e outros foram até um certo ponto nas matas frondosas entre os distritos de Metuge e Ancuabe, onde se acredita que o grupo terrorista tenha estabelecido uma nova base. (Carta)

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