Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

sexta-feira, 10 abril 2020 09:18

Denúncia um pouco anónima

Escrito por

 

Eu, cidadão do bem, venho por este meio denunciar às autoridades do Estado, particularmente, a Polícia da República de Moçambique, que os insurgentes não estão a obedecer o Estado de Emergência decretado pelo Chefe de Estado. Não lavam as mãos com água e sabão regularmente, nem álcool-gel têm, os gajos. Não estão a manter o distanciamento social. Os gajos andam em grupos numerosos. Não estão a usar máscaras em espaços públicos como recomendou o Conselho de Ministros. 

 

Isso é um acto de desobediência fragrante. Como cidadão preocupado com o respeito rigoroso da lei, gostaria que os mesmos fossem obrigados a obedecer as ordens do Chefe de Estado, o Comandante em Chefe. As ordens do Chefe de Estado são de cumprimento obrigatório. 

 

Caso não saibam onde estão, gostaria de dizer que esses desobedientes vivem em Cabo Delgado. Andam ali entre Macomia, Mocímboa da Praia, Quissanga, e ontem foram avistados em Muidumbe. Estão a passear naquelas bandas muito folgados como se não estivessem a viver neste país onde o Presidente da República decretou Estado de Emergência. É preciso pôr esse grupo em quarentena domiciliar obrigatória e fazer "uma bateria de exames".

 

Achei importante fazer esta denúncia quase anónima porque sei que Estado de Emergência é a única coisa que tira sono a nossa autoridade. Parece-me que, quando a Polícia ouve que alguém violou o Estado de Emergência em algum lugar deste país, chega logo. Parece-me que este Estado de Emergência é mais importante que tudo neste país. A Polícia não dorme quando ouve dizer que alguém deixou o nariz escancarado e a boca solta. 

 

Aldeias podem destruir. População podem humilhar, esquartejar, queimar, matar. Bens públicos e privados podem destruir. Comida podem roubar. Quartéis e esquadras podem tomar de assalto. Vilas podem tomar de assalto. Vossas bandeiras podem pendurar onde e quando quiserem. Tudo, menos desrespeitar o Chefe de Estado. Tudo, menos desobedecer as ordens do Chefe de Estado, o Comandante em Chefe. Se conseguissem arrancar aquelas armas como fizeram com bicicletas e "mai-love", digo moto-taxi, seria muito bom. 

 

Na esperança de ter ajudado e aguardando que cheguem logo para fazer cumprir a lei, subscrevo-me com elevada consideração e obesa estima. 

 

Atenciosamente.

 

- Co'licença

Sir Motors

Ler 13126 vezes