Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

quinta-feira, 01 julho 2021 08:11

Em vista aumento salarial dois anos depois

A retoma das negociações para o reajuste do salário mínimo, anunciada ontem pelo Governo, é sem reservas uma lufada de ar fresco para todos os trabalhadores que viram 2020 passar sem aumento nas suas remunerações, supostamente por causa dos efeitos nefastos da pandemia.

 

Refira-se, porém, que o patronato, representado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), opôs-se em meados de Junho último a retomar as conversações, alegando falta de condições, visto que a crise continua a afectar negativamente o sector produtivo.

 

No entanto, antes mesmo do “não” da CTA, o Movimento Sindical dizia “sim” às negociações porque o custo de vida aumentou drasticamente e, com os salários “magros”, é quase impossível satisfazer as necessidades básicas que custam no mínimo 24 mil Meticais.

 

Este grito foi acolhido pelo Governo. Na quarta-feira passada, o Porta-voz do Ministério do Trabalho e Segurança Social (MITESS), Emídio Mavila, disse em conferência de imprensa que as negociações entre empregadores, trabalhadores e o Governo irão retomar.

 

“Por consenso, decidiu-se o arranque do processo de negociação, tendo em vista a revisão dos salários mínimos sectoriais. E todos devemos consentir um sacrifício, refiro-me ao Governo, empregadores e trabalhadores. Em princípio, não haverá retroactividade. O mês de referência dos salários mínimos será do presente ano”, afirmou Mavila.

 

Mesmo sem recursos, o representante da CTA, Paulo Cossa, avançou que o patronato deverá reajustar positivamente os salários mínimos, facto que irá em certa medida aliviar o sufoco dos trabalhadores.

 

As discussões sobre o reajuste salarial foram estagnadas em Abril do ano passado. Em 2019, o salário mínimo, na função pública, foi fixado em 4.5 mil Meticais, cinco vezes abaixo do custo do cabaz mensal. (Evaristo Chilingue)

Sir Motors

Ler 5295 vezes