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quarta-feira, 22 maio 2019 08:32

OPV da HCB vai robustecer a bolsa moçambicana

 

A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), com mandato de organizar, gerir e manter um mercado secundário de valores mobiliários centralizado, espera que a Oferta Pública de Venda (OPV) dos 7,5 por cento da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) torne mais robusto o principal indicador do mercado bolsista, a “capitalização bolsista”.

 

A espectativa foi manifestada, na última segunda-feira, pelo PCA da BVM, Salim Valá, durante o lançamento da OPV da HCB.

 

“Com a operação, a BVM vai aumentar, sem dúvidas, a capitalização bolsista, a liquidez no mercado, o volume de transacções, vai atrair ainda novos investidores e vai despertar também o interesse de outras empresas pelo mercado de capitais”, afirmou Valá.

 

Dados facultados pelo PCA da BVM referem que a “capitalização bolsista” situa-se, neste momento, a um nível de 90.640 milhões de Mts (aproximadamente 1.409 milhões de USD), o que representa cerca de 9 por cento do PIB.

 

“O volume de negócios da BVM está no patamar de 3.309 milhões de Mts, o número de títulos cotados é de 152 na BVM, temos o índice de liquidez de 3,88 por cento”, destacou Valá, para demonstrar o optimismo da instituição que dirige em relação aos ganhos da OPV da HCB.

 

Ainda em relação às vantagens, o PCA da BVM disse, igualmente, que a pretensão de obter uma elevada dispersão accionista e a procura pela maior inclusividade dos cidadãos, a OPV dos 7,5 por cento da HCB vai trazer para a Bolsa muito mais investidores moçambicanos, principalmente por arrastamento.

 

“Há também uma perspectiva pedagógica emanante a esta operação. Muitos moçambicanos estão ávidos em comprar acções da HCB. Com a operação vão aprender como investir em bolsa, como comprar acções de uma empresa cotada em bolsa”, acrescentou o gestor máximo da BVM.

 

Por ser vantajoso para as empresas, o PCA da BVM usou da ocasião para instar as empresas a listarem suas acções na instituição para se beneficiar de ganhos “visíveis e tangíveis”. “Não faz sentido que, das 100 maiores empresas que operam, em Moçambique, apenas três estejam cotadas na BVM. Temos de mudar esse cenário”, criticou a fonte.

 

Para comprovar a pouca aposta dos investidores nacionais na BVM, Valá recorreu ao segundo relatório de Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP), apresentado, recentemente, que refere que, quando a BVM foi criada, em 1999, foi feita uma análise e foram identificadas 17 empresas, de um porte tal e com condições que poderiam nela estar listadas, mas em pleno 2019, a instituição conta com apenas oito empresas.

 

“Contudo, nós estamos a trabalhar de forma arrojada para trazer estas empresas para BVM”, garantiu Valá, mostrando optimismo com os ganhos que a instituição tem vindo a registar. (Evaristo Chilingue)

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