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segunda-feira, 09 janeiro 2023 06:54

Criticada “estratégia de endividamento” da Hidroelétrica de Cahora Bassa

A organização não-governamental moçambicana Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) criticou semana passada “a estratégia de endividamentos multimilionários” adotada pela Hidroelétrica de Cahora Bassa nos últimos meses, alertando para alegados riscos financeiros.

 

“Os moçambicanos com ações na HCB devem estar mais atentos e preparar--se para um novo capítulo na história da empresa à medida que o `Orgulho moçambicano´ contrai mais dívidas e aumenta o seu risco financeiro”, indica o CDD em comunicado divulgado hoje.

 

Em causa estão dois acordos de empréstimos que totalizam 247 milhões de euros anunciados nos últimos dois meses, no âmbito do plano de modernização do sistema de produção de energia da HCB.

 

O primeiro, anunciado em novembro,  provem do Banco Africano de Desenvolvimento, que vai desembolsar 125 milhões de euros para apoiar o programa de modernização do sistema de produção de eletricidade.

 

O segundo empréstimo envolve a  Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e a União Europeia, que vão também financiar um programa de reabilitação da central da HCB num valor total de 122 milhões de euros.

 

Para o CDD, os empréstimos representam um “alto risco financeiro”.

 

“Além de comprometer a empresa com uma série de pagamentos por muitos anos, as novas dívidas multimilionárias deverão ainda implicar um aumento considerável do seu risco financeiro”, frisa a organização, que acrescenta que, embora o valor do investimento seja conhecido, pouco se sabe sobre o plano de modernização.

 

“Quase nada é sabido sobre o papel que os lucros `extraordinários´ e sobre o papel do mercado de capitais poderão ter na mobilização dos recursos necessários para o financiamento do ambicioso programa de investimento”,  refere o CDD.

 

A HCB, empresa detida maioritariamente pelo Estado moçambicano, apresenta-se como o maior produtor de energia na África Austral e abastece Moçambique, África do Sul e outros países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).(Lusa)

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