Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

Sociedade

A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento (EMME) assumiu que autorizou o evento que decorreu no Silo-auto da cidade de Maputo no último sábado. O evento criou muita agitação nas redes sociais, com vários munícipes contestando a poluição sonora enquanto outros aplaudiram a iniciativa do Município de Maputo.

 

Numa entrevista concedida à "Carta", o Director da EMME, João Ruas, explicou que os organizadores do evento contactaram os gestores do Silo-auto e propuseram a realização de um evento no terraço, tendo em conta que a juventude gosta desse tipo de festa e a edilidade decidiu apostar e fazer uma experiência.

 

"O Silo-auto é dedicado ao estacionamento de viaturas, mas quando não há viaturas, pensamos em usar o local para outros fins, desde que não perturbe a função principal. Então, decidimos experimentar para ver como ia acontecer o evento".

 

Entretanto, porque não foi só uma empresa de organização de eventos que contactou a EMME, as autoridades decidiram avançar com a primeira festa em jeito experimental.

 

"Para a realização deste evento, decidimos pedir a autorização superior e fomos autorizados, envolvemos todas as partes necessárias para o evento, avaliamos os riscos, as condições e alocamos a Polícia da República de Moçambique (PRM), a Polícia Municipal, Bombeiros, a Cruz Vermelha e a Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) para criar condições não só de segurança, como tornar viável tecnicamente o evento".

 

Por se tratar de terraço, a EMME levantou ainda uma vedação extremamente alta como forma de evitar um possível acidente depois do consumo do álcool. Segundo o Presidente da EMME, o evento foi organizado pela "Picasso eventos" e o município autorizou mediante pagamento de um valor simbólico, tratando-se de uma experiência piloto.

 

"Ficamos a saber que o evento contou com mais de 1000 pessoas, não houve nenhuma discussão, não houve nenhum ferido, nenhum carro foi roubado e tudo correu às mil maravilhas".

 

Porém, na manhã de domingo, o Presidente da EMME conta que começou a receber várias mensagens de contestação de munícipes que reclamavam que havia muito barulho no espectáculo. Mas também mensagens de felicitações de que tudo tinha corrido bem e que o Município e a EMME estavam de parabéns e que este tipo de evento devia ser frequente.

 

“A reclamação foi feita e este assunto não vai ser discutido apenas ao nível da EMME porque quem autorizou o evento foi o Conselho Municipal. Então, vamos avaliar os prós e os contras para saber se continuamos ou suspendemos".

 

Mais adiante Ruas explicou que, com a realização deste evento, o parque ficou completamente lotado, o que de certa forma serviu para angariar mais fundos.

 

"A festa iniciou por volta das 20h00 e foi até às 05h00. Nós cobramos um valor simbólico porque decidimos aceitar a realização deste evento em jeito experimental e também porque os organizadores do mesmo não tinham a certeza que teria tanta adesão. Mas nós saímos a ganhar com o evento, porque conseguimos facturar numa noite de estacionamento, o que ganhamos numa semana, e ficamos satisfeitos porque, no dia seguinte, os organizadores deixaram tudo limpo e organizado".

 

Recorde-se que o Silo-auto da cidade de Maputo entrou em funcionamento no dia 12 de Fevereiro último, com capacidade para estacionamento de mais de 400 viaturas e os valores cobrados variam de 20 a 160 meticais diários. (M.A)

A Missão de Formação Militar da União Europeia em Moçambique (EUTM) tem cinco meses para terminar o seu mandato de dois anos, sendo o seu futuro actualmente objecto de uma revisão estratégica.

 

Trata-se da primeira missão militar da União Europeia em Moçambique com a participação de dez países e que tem por objectivo treinar e capacitar onze companhias moçambicanas no combate ao terrorismo. Os dez países envolvidos na missão da União Europeia são: Portugal, Grécia, Itália, Finlândia, Roménia, Espanha, Bélgica, Lituânia, Áustria e Estónia.

 

Em resposta a um inquérito da DefenceWeb, o representante da comunicação social da UE disse que a revisão para determinar o futuro da EUTM Moçambique estava em curso “à luz das necessidades moçambicanas identificadas”.

 

“Este é o procedimento habitual. Todas as missões e operações da PCSD (Política Comum de Segurança e Defesa) da UE estão sujeitas a processos de revisão estratégica que são realizados regularmente para informar os Estados-Membros da UE sobre os progressos alcançados e para recomendar o caminho a seguir, incluindo possivelmente a revisão do mandato ou a cessação do mandato da acção da PCSD.

 

“Qualquer mudança no mandato da Missão depende da decisão dos Estados membros no Conselho. Como as discussões estão em andamento e são confidenciais, não podemos comentar mais nesta fase”, informou esta publicação.

 

A EUTM é uma missão de formação militar que fornece formação e apoio às forças armadas moçambicanas para proteger a população civil e restaurar a segurança na província de Cabo Delgado. A missão tem um mandato não executivo e terminará dois anos depois de ter atingido a plena capacidade operacional.

 

“A EUTM é uma das ferramentas para enfrentar a crise em Cabo Delgado, em conjunto com o apoio à construção da paz, prevenção de conflitos e apoio ao diálogo, assistência humanitária e cooperação para o desenvolvimento”.

 

O treino militar para equipar as FADM para operações de força de reacção rápida (QRF) é feito em três campos, Dongo, Katembe e Mavalane. Exercícios de posto de comando (CPXs), operações ofensivas, defensivas e de habilitação, bem como desdobramentos administrativos, logísticos e tácticos, juntamente com apoio aéreo aproximado, estão no currículo de treinamento. A principal tarefa da missão é apoiar uma resposta mais eficiente e eficaz das forças armadas moçambicanas à crise em Cabo Delgado, em conformidade com o direito dos direitos humanos e o direito humanitário internacional.

 

Para tal, a missão contribui para apoiar a capacitação das unidades das forças armadas moçambicanas, nomeadamente, nas seguintes áreas: treino militar, incluindo preparação operacional; formação especializada, inclusive em contraterrorismo; formação e educação sobre a protecção de civis e o cumprimento do direito internacional humanitário e do direito dos direitos humanos e promoção da agenda Mulheres, Paz e Segurança.

 

A EUTM Moçambique vai formar onze companhias, sendo cinco de fuzileiros navais da Marinha de Moçambique em Katembe, e seis de forças especiais do Exército em Chimoio. Tudo indica que a missão de formação da União Europeia destacada em Moçambique desde Outubro de 2021 deverá tornar-se uma missão consultiva a partir do próximo mês de  Setembro. (Defenceweb)

As autoridades da vila de Mocímboa da Praia aconselharam esta terça-feira os pescadores a não se fazerem ao mar à noite, por questões de segurança. O tipo de pesca, conhecido por "malhação", habitualmente se realiza à noite.

 

Fontes disseram à "Carta" que a proibição se deve à circulação de terroristas em algumas ilhas desde a passada segunda-feira.

 

"Disseram-nos que os terroristas estão em duas ou três embarcações na ilha Nhonge, não se sabe o que estão a fazer, mas fomos informados pela Marinha da Guerra para não irmos à pesca à noite e assim estamos aqui", disse Sumail Faque, pescador de uma embarcação que estava prestes a sair esta terça-feira e regressar hoje (quarta-feira) de manhã.

 

" É verdade, não fomos à "malhação" para evitarmos sermos confundidos com terroristas. Um cabo da Marinha disse-nos que nenhum barco deve sair para a pesca, mas nós não fomos", acrescentou Sualeh Xavier, outro pescador da zona residencial Ntende, na vila de Mocímboa da Praia.

 

Outro pescador reiterou: “a informação sobre a proibição da pesca à noite veio mesmo das autoridades e disseram-nos que esses terroristas foram do lado de Nsangue e depois para as ilhas Tambuzi e Quifuque”.

 

As fontes salientaram que, depois que as Forças de Defesa e Segurança tomaram conhecimento sobre o movimento dos terroristas, várias unidades foram destacadas para locais estratégicos para “caçar” o inimigo, que aparentemente não conseguia sair de uma das ilhas para o continente. Até ao fim desta terça-feira, não tinha sido reportado qualquer confronto entre o grupo terrorista e as Forças de Defesa e Segurança. (Carta)

A greve convocada pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos de Moçambique (APSUSM), iniciada ontem, já se faz sentir em alguns hospitais da província de Maputo. Já há relatos de uma adesão massiva, mas que não está a afectar os serviços mínimos. A greve terá a duração de 30 dias prorrogáveis, caso o Governo não se mostre disposto a resolver as inquietações da classe.

 

Nas primeiras horas desta segunda-feira (29), o Centro de Saúde da Matola Santos encontrava-se com poucos pacientes e o atendimento acontecia a meio gás. Já no Centro de Saúde da Machava Bedene, os serviços mínimos eram assegurados pelos médicos e outro pessoal de serviço, porque parte dos profissionais de saúde decidiram aderir à greve.

 

No Hospital Provincial de Maputo, os serviços mínimos decorreram normalmente e os pacientes receberam o devido atendimento. A Direcção provincial de saúde contou que as ausências foram notadas em quase todos os sectores, mas os serviços foram assegurados. Porém, a fonte que preferiu não se identificar explicou que, em princípio, todos os profissionais de saúde que aderiram à greve serão considerados faltosos.

 

Médicos residentes da maior unidade sanitária do país ameaçam paralisar as actividades extras

 

Através de uma nota, os médicos em pós-graduação do Hospital Central de Maputo (HCM) comunicaram que pretendem paralisar as actividades extras, a partir de amanhã (01 de Maio), por falta de pagamento dos turnos de urgência e rondas feitas fora do horário normal do expediente. A reivindicação deste grupo surge na sequência da falta de pagamento de 12 meses de trabalho realizados fora das horas normais. Perante este cenário, o grupo não encontrou outra saída, senão paralisar as actividades extras. (M.A)

Os ataques e movimentações terroristas nas últimas semanas, nos distritos de Chiúre e Ancuabe, resultaram em 19.208 pessoas deslocadas à procura de locais seguros dentro da província de Cabo Delgado.

 

Os números são uma estimativa da Organização Internacional de Migração (OIM) que nos seus registos aponta que entre 17 a 26 de Abril foram registadas 16.366 pessoas deslocadas no distrito de Chiúre. Na sua maioria, as pessoas deslocaram-se para a sede do distrito.

 

No distrito de Ancuabe, a OIM registou 2.842 pessoas deslocadas, muitas das quais para a sede do distrito e outras para os centros de acolhimento em Metuge.

 

Entretanto, “Carta” apurou que, tanto em Chiúre como em Ancuabe, os deslocados, na sua maioria dependentes da actividade agrícola, queixam-se de falta de todo o tipo de assistência humanitária.

 

Refira-se que este movimento forçado para zonas seguras acontece numa altura em que as pessoas estavam empenhadas na colheita dos produtos agrícolas. (Carta)

A última sondagem da Ipsos sugere que o apoio ao ANC poderá estar a diminuir antes das eleições de 29 de Maio. Se os sul-africanos fossem às urnas hoje, o Congresso Nacional Africano (ANC) obteria 40,2%, a Aliança Democrática (DA) 21,9%, os Combatentes pela Liberdade Económica (EFF) 11,5% e a uMkhonto we Sizwe (MK) 8,4% dos votos. Os dados foram apurados na última pesquisa da empresa multinacional de pesquisa de mercado Ipsos.

 

A Ipsos é considerada a mais extensa pesquisa presencial sobre as intenções de voto e percepções políticas da África do Sul. O partido MK do ex-presidente Jacob Zuma, acusado de corrupção, que foi criado em Dezembro de 2023, alcançou a quarta posição, ganhando mais apoio do que a maioria de novos partidos no total.

 

De acordo com a sondagem, apenas 38% acreditam que o ANC cumprirá as suas promessas eleitorais. “Três décadas após as históricas eleições de 1994, os sul-africanos enfrentam mais uma vez um momento crucial. A incerteza e a apreensão em torno do potencial resultado e consequências das eleições de 2024 ecoam os sentimentos vividos pela nação em 27 de Abril de 1994”, disse a directora da Ipsos Sub-Sahariana, Mari Harris.

 

A pesquisa descobriu que 35% dos sul-africanos inquiridos dizem que nenhum partido representa as suas opiniões. Apenas 23% disseram que o país está a avançar na direcção certa, enquanto “dois terços (66%) pensam que a 'direcção do país está errada”.

 

Ramaphosa pode ser o primeiro presidente do ANC a ficar abaixo dos 50%. Se o ANC não obtiver 57% (o que obteve nas eleições de 2019), o futuro de Ramaphosa entra em jogo. Um resultado inferior a 50% faria dele o primeiro presidente do ANC em 30 anos a não conseguir atingir essa marca numa eleição.

 

Fenómeno do Partido MK

 

“A formação oficial do partido MK em Dezembro de 2023 teve um efeito profundo na distribuição de apoio entre os principais partidos políticos nos últimos meses”, disse a Ipsos.

 

De acordo com a sondagem, o surgimento do partido MK travou os avanços feitos pela EFF, particularmente em KwaZulu-Natal (KZN), com alguns apoiantes das boinas vermelhas a migrar para o novo partido. O partido de Zuma, de 82 anos, também parece estar a dar ao ANC uma corrida pelo seu dinheiro, especialmente no KZN.

 

KZN tem o segundo maior número de eleitores depois de Gauteng. Os eleitores vão ditar os resultados nestas duas províncias. Todos os partidos políticos parecem temer Zuma e o partido MK

 

DA no caminho certo; incerteza em KZN

 

A Aliança Democrática (AD) mantém a sua posição, atraindo o apoio de cerca de um quinto do eleitorado, afirma a Ipsos.

 

“À medida que a campanha entra nas últimas semanas, a incerteza é maior em KwaZulu-Natal, onde quase um quinto do eleitorado ainda não decidiu em que partido ou candidato irá votar.

 

“O apoio do Partido da Liberdade Inkatha (IFP) está concentrado principalmente em KZN, enquanto o apoio da ActionSA vem principalmente de Gauteng. Embora a Freedom Front Plus (FF+) tenha um apoio geral baixo, ele vem de todo o país.”

 

Voto feminino crucial

 

A sondagem observou que, representando as mulheres 55,24% dos eleitores registados, seria sensato que os partidos políticos se concentrassem nos pontos de vista e opiniões das mulheres durante o último mês de campanha. (Citizen)

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