Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI

Economia e Negócios

Ja não serão duas, mas apenas uma a Conferência Internacional de Doadores da Beira. Trata-se de um evento destinado à angariação de fundos para a reconstrução sócio-económica de todas as zonas afectas pelo IDAI na capital de Sofala.

 

Esta informação foi-nos facultada pelo vereador para a área de Finanças no Conselho Autárquico (CA) da Beira, Francisco Majoi, colocando ponto final a uma disputa entre aquele organismo do poder local e executivo de Maputo sobre o promotor do referido evento. Francisco Majoi confirmou que o Governo Central apreciou e concordou com a iniciativa do CA mas propôs a Daviz Simango que a organização do evento fosse conjunta, nomeadamente envolvendo o poder central. Também foi consensual atribuir a missão de organizar a referida Conferência ao Gabinete a ser criado na Beira com o propósito de implementar as acções previstas num Programa de Reconstrução Pós-Calamidades, ainda por elaborar. (Evaristo Chilingue)

A primeira Conferência Internacional sobre Economia Azul em Moçambique, denominada ‘Crescendo Azul’, terá lugar em Maputo nos dias 23 e 24 de Maio próximo. Participarão no evento especialistas nacionais e estrangeiros, para debater temáticas ligadas à sustentabilidade dos Mares e Oceanos.

 

Na Conferência, que decorrerá sob o lema “Exploração Sustentável e Compartilha do Oceano”, serão debatidas questões como governação oceânica, transportes marítimos e ecoturismo, recursos oceânicos e uso sustentável dos oceanos. Um dos objectivos pretendidos por Moçambique com tal encontro é trocar experiências de modelos actualmente existentes nos países com historial de sucesso na implementação de diferentes áreas da Economia Azul.

 

O Banco Mundial aprovou no dia 28 de Março de 2019 uma doação financeira no valor de 82 milhões USD para aumentar o acesso à electricidade em cinco das províncias mais pobres de Moçambique, nomeadamente Niassa, Nampula, Zambézia, Cabo Delgado e Sofala. O projecto beneficiará igualmente do financiamento providenciado por um mecanismo multi-doador de fundos fiduciários [Multi-Donor Trust Fund (MDTF)], administrado pelo Banco Mundial, no valor de 66 milhões USD. Os financiadores do MDTF são a Suècia, Noruega e EU.
 
Com potencial para beneficiar cerca de 1,5 milhões de pessoas, este financiamento será utilizado na implementação do projecto Energia para Todos do Governo de Moçambique (GdM), também conhecido como ProEnergia. “A relação entre pobreza e a falta de acesso à electricidade está estabelecida há bastante tempo”, observou o director do Banco Mundial para Moçambique." Abordagem multifacetada à redução da pobreza através da expansão do acesso à energia em Moçambique” é inferior à média da África Subsahariana. Este projecto contribui para a implementação da Estratégia Nacional de Electrificação (NES) do GDM, conhecida de “Programa Nacional de Energia para Todos”, alargando o acesso à electricidade às áreas peri-urbanas e rurais e expandindo e densificando as redes existentes, bem como promovendo a utilização de soluções energéticas fora da rede e nas áreas em que a extensão da rede é considerada economicamente inviável.
 

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) vai realizar a 16 de Abril, na cidade da Beira, um seminário para reflexão sobre as necessidades de intervenção pós-ciclone IDAI, com destaque para o tecido empresarial, o qual decorrerá sob o lema “Reconstruindo a Zona Centro”. Num comunicado recebido na nossa redacção, a CTA diz que no evento participarão investidores, parceiros de cooperação, comunidade empresarial, membros do Governo e da sociedade civil. “No seminário, a CTA vai apresentar os Resultados Preliminares do Levantamento sobre os Impactos do Ciclone Tropical IDAI no tecido Empresarial e as Perspetivas de Recuperação. Esses resultados preliminares irão dar uma indicação do quanto será necessário para reconstruir as zonas afectadas”, lê-se no comunicado da CTA. (Carta)

Em Março, o sector privado moçambicano registou uma ligeira melhoria das condições das empresas, diz o Standard Bank, numa nota de imprensa divulgada ontem. Apesar do abrandamento do crescimento de novas encomendas ao longo de nove meses, observou-se um aumento modesto da produção, bem como um aumento do emprego ao ritmo mais rápido em quase dois anos. Além disso, as expetativas das empresas aumentaram para o nível mais elevado em 15 meses.

 

Estas percepções são coligidas num índice produzido pelo banco, denominado Purchasing Managers’ Index™ (PMI™).  De acordo com a metodologia do PMI, valores acima de 50,0 apontam para uma melhoria nas condições das empresas no mês anterior, enquanto as leituras abaixo de 50,0 mostram uma deterioração.

 

“O PMI principal aumentou para 50,4 em Março, demonstrando uma ligeira melhoria do setor privado. Tal aconteceu após a leitura de 50,0 em Fevereiro, que indicou a inexistência de alterações nas condições de funcionamento. Há nove meses consecutivos que não é registada uma leitura inferior a 50,0. O fator decisivo para o crescimento do setor privado foi um forte aumento do emprego durante o mês de Março. Observou-se um crescimento nos números relativos ao emprego, que contou com o ritmo mais rápido desde junho de 2017, com as empresas a destacarem os requisitos profissionais à medida que a atividade económica aumentou”, diz a nota.

 

O banco diz que “os níveis de produção continuaram a aumentar, o que marcou o oitavo mês consecutivo de expansão nas empresas moçambicanas”. E acrescenta que, desta forma, a taxa de crescimento foi modesta e apenas ligeiramente mais forte do que em Fevereiro.  (Carta)

A entrada, no país, da Heineken, gigante holandesa da cerveja, está agitar o mercado nacional. Para já, dois fenômenos são perceptíveis. Um “abandono”, pelos consumidores, da 2M, o maior produto da CDM, Cervejas de Moçambique, agora detida por outra gigante mundial Ab Inbev, que resulta da fusão da belga Interbrew e da brasileira Ambev. Há uma migração de consumidores da 2M, a tradicional marca da CDM (que descontinuou a emblemática “Laurentina”) para a “Txilar” o primeiro sabor colocado pela Heineken no mercado, produzido na sua nóvel fábrica de Bobole.

 

O segundo fenômeno decorrente da entrada da “Txilar” no mercado nacional é uma campanha de marketing negativo contra a Heineken, com uma guerra comercial como pano de fundo. Desde que a Heineken Moçambique lançou, em Janeiro último, o seu único produto fabricado em Moçambique, denominado “Txilar”, muitas estórias negativas sobre as duas empresas têm sido partilhadas nas redes sociais, mas com maior destaque para os produtos da Heineken.

Num dos vídeos postos a circular, há dias, vê-se um consumidor da “Txilar” a proferir palavras “injuriosas” contra alguns camiões da CDM que passavam à sua frente. Outra situação ilustrada, através de uma fotografia, é a de uma aparente disputa de espaço entre dois camiões das duas empresas, na zona do Benfica, ao longo da Avenida de Moçambique (EN1). Esta semana, dois textos foram partilhados nas redes sociais, um abordando a “escassez” da “Txilar” no mercado e o outro convidando os consumidores da cerveja a regressarem à “casa (consumo da ‘2M’)”.

 

Nesta terça-feira, a “Carta” saiu à rua para perceber a quantas anda o mercado depois da entrada da nova cervejeira, no país. Visitámos alguns estabelecimentos comerciais, entre os maiores depósitos de venda a grosso de bebidas alcoólicas e retalhistas. Há grossistas (Sondela Comercial, localizada na Avenida Acordos de Lusaka, e Agnel Comercial, na Avenida de Moçambique), que não vendem a “Txilar, alegadamente porque têm contratos de exclusividade com a CDM, através do qual a produtora da 2M proíbe a venda de cerveja da concorrência.

 

Mas, nos últimos dois meses, os dois grossistas registaram quedas substanciais nas suas vendas. Há cada vez uma menor procura da 2M. A exclusividade na venda dos produtos da CDM não se verifica apenas em armazéns de distribuição mas também no retalho. Pequenos comerciantes só podem vender 2M. Nos bairros periféricos de Maputo, a situação é quase que generalizada. A explicação dada pelos comerciantes abordados foi a de que, ao pintarem seus estabelecimentos com as cores dos produtos da CDM, foram instruídos no sentido de não venderem marcas de outra firma, para o que teriam uma recompensa mensal pelo “trabalho”.

 

Alguns retalhistas contaram-nos terem rejeitado propostas iguais das duas empresas, designadamente a ideia de pintaram suas fachadas com as cores de uma marca e venderem apenas essa marca. Os comerciantes em causa justificaram tal recusa com argumento de que não queriam ser dependentes nem duma nem doutra cervejeira.

 

Um dos comerciantes disse à “Carta” que a Heineken enfrenta dificuldades na distribuição da “Txilar” devido à elevada procura daquele produto, problema que a empresa não consegue resolver. “Se eu tivesse aceitado vender apenas a ‘Txilar’, neste momento não ia vender nada. O mesmo acontece com a ‘2M’, que, ultimamente, não é comprada”, disse a nossa fonte.

 

Dos seis estabelecimentos comerciais de venda à retalho visitados pela “Carta”, nas avenidas Acordos de Lusaka, 19 de Outubro e de Moçambique, apenas quatro vendiam produtos das duas empresas. Dois estavam pintadas com as cores da Heineken Moçambique e da CDM. Os outros dois vendiam somente produtos da CDM.

 

Contactada pela nossa reportagem, fonte relevante da Heneiken Moçambique recusou-se a falar destas questões alegando não ser vocação da empresa entrar em “polémicas”. Entretanto, “Carta” sabe que a Heineken está a trabalhar no sentido de normalizar a distribuição da “Txilar” que, nestes dias, tem escasseado, devido à elevada demanda. Algumas fontes crêem que a gigante holandesa não estava à espera desta situação, principalmente, depois da desconfiança que reinou em torno do produto nos seus primeiros dias. Actualmente, a “Txilar” é distribuída somente zona sul do país. A CDM prometeu responder às nossas questões, tendo solicitado que elas fossem colocadas por escrito. Continuamos a aguardar. (Abílio Maolela)