Hoje acordei disposto para concordar com a proposta apadrinhada por Sua Excelência Gilberto Mendes. Sou obrigado a concordar com ele porque, em primeiro lugar, de facto, temos de encontrar um nome para a nossa seleção nacional de futebol que se identifique connosco neste preciso momento. A ideia é termos um nome que, quando as pessoas ouvirem pelo mundo fora, não duvidem que se trata de Moçambique. Portanto, um nome que não crie confusão nas pessoas. Uma marca nacional. Aquilo que nós somos e como somos conhecidos além fronteiras.
Em segundo lugar, como defende o meu caro ilustre amigo camarada Secretário de Estado do Desporto, Carlos Gilberto Mendes, é preciso termos um nome que vende. Também concordo! Temos de encontrar um nome que não precisa de marketing, um nome que se vende sozinho. Deve ser um daqueles nomes que qualquer um que ouve diga "uau, eu quero isso para mim". Daqueles nomes que qualquer empresário quererá associar à sua marca. Deve ser um nome único.
Também concordo, em terceiro lugar, que temos de encontrar nome de um animal que nos orgulhe. De acordo com o próprio Sua Excelência, um animal que esteja em extinção e, por isso, protegido. A ideia é que seja um animal que estimamos muito, mas que não existe em abundância em outros países. Bravo, Excelência! É uma questão de concorrência: menor oferta, maior procura. Até acho que Samuelson e Nhordaus falam disso na economia. Estou a gostar dos livros que Sua Excelência está a ler.
Não podemos esquecer que estes são outros tempos. "Mambas" está ultrapassado e dá azar. Por isso, libertemo-nos das amarras! Temos de ter nome de uma coisa moderna e sortuda. Uma coisa de hoje. Um nome que encerra em si um significado positivo. Talvez esteja aqui o problema de Cabo Delgado: o nome. É que "cabo" é a ponta por onde se segura um utensílio (cabo de vassoura) e, em Geografia, "cabo" é um acidente geográfico. E "delgado" significa fino. Então, esse nome só pode ser de azar mesmo. Cabo Delgado lembra a ponta do tridente do capeta ou, então, um terreno estreito onde acontecem muitos acidentes. Se mudarmos o nome, talvez os insurgentes desapareçam sozinhos e a vida volte a normalidade.
Para a nossa seleção nacional de futebol, estou aqui a pensar num nome que dá a ideia de patriotismo, modernidade, autenticidade, bravura, sagacidade, vitória e marca. Sua Excelência Gilberto, que tal, "Os Nhangumeles do Índico". "Os Gatunos Vermelhos". "Os Changs Insaciáveis". "Os Fiadores Ocultos". "O Tabuleiro Intocável". "Os Codificados". "Os Estimados da Pátria. "Os Sem Vaselina". Os Enfiadores da Pérola". "Os Ladrões Indomáveis". Sei lá!!!
Ajudem aí, pessoal! É uma campanha de procura do nome da sorte para esta geração. Tem de ser um nome que nos leve direto ao Mundial. Um nome que, só no aquecimento, o adversário e a equipe de arbitragem começam a tremer. Um nome que o placard vai marcar três à zero enquanto ainda estamos a equipar. Vamos jogando só por questões de elegância e ética desportiva. Vamos levando as taças e as medalhas um dia antes do jogo. Tem de ser um nome que até o vídeo-árbitro vai mostrar os lances antes do jogo iniciar. Um nome que vai nos levar a disputar o EURO e a Copa América. Um nome que vai fazer com que Moçambique seja a sede da FIFA e Feizal, presidente. Um nome que vai fazer com que Messi e Ronaldo venham viver aqui. Um nome de guerra bonito, que vende. Um nome muito nosso. Uma marca.
Então, fica a dica: se tiveres um filho drogado e que não gosta de estudar, faz nova cédula com novo nome; se o teu Toyota-Starlet anda avariado, pinte-o com outra cor e escreva "Lamborghini" na traseira; se a tua vida vai mal, faz novo BI, irmão... com outro nome, evidentemente. O segredo da felicidade está no nome, é o senhor Carlos que assim o diz. Só ele mesmo para trazer o lado cómico da nossa trágica desgraça! Nossa senhora das piadas, rogai por nós!
- Co'licença!
- Como é que o seu nome foi parar na lista do partido FRELIMO para membro da Comissão Central de Ética Pública?
- Bom, primeiro, devo dizer que alguém propôs o meu nome em sede do partido. Fui consultado e eu aceitei. Então, o meu nome foi aprovado pelos membros do partido e levado à bancada do partido FRELIMO na Assembleia da República.
- Mas porquê?
- Porque para o partido FRELIMO, eu sou um cidadão exageradamente ético. O presidente do partido até nem acreditava que eu existia de verdade em carne e osso. No dia que ele me conheceu assim ao vivo, chorou de emoção. Olha, a Comissão Política do partido nem acredita que eu sou membro. Eles rendem comigo! A sociedade, o povo, a opinião pública não vêem isso, mas o partido FRELIMO vê muita ética em mim. Para o partido, eu sou o guardião da ética e da moral do partido.
- Não é verdade!
- Então não! Não viste na televisão quando o chefe da bancada do partido FRELIMO estava a defender a minha nomeação?
- Então, o Sérgio defendeu?
- Defendeu, sobrinho! Defendeu e muito bem! Disse, na primeira pessoa, que o partido FRELIMO propõe o nome do cidadão Gustavo porque “é uma pessoa culta e com conhecimento profundo da realidade moçambicana e que sempre denunciou os horrores da guerra civil dos 16 anos, ele tem todas qualidades para fazer parte da Comissão Central da Ética Pública”. Ao vivo, sobrinho.
- Xeee, tio! Mas ele não sabe das m*rdas que fizeste na AIM?
- Que m*rdas, sobrinho? Se eu tivesse roubado, estaria aqui hoje? Ladrão vai a televisão, a rádio, etecetera? Quando me tiraram da AIM não me deram outro emprego? Melhor ainda! Sobrinho, aquilo foi roubo para vocês. Lá no partido aquilo chama-se deslize. Deslizei um pouco. Só não desliza quem não trabalha! E aquele deslize melhorou muito a minha posição no ranking da moral e da ética dentro do partido. Aquilo contou muito na proposta. Há uma ética dentro da FRELIMO que é muito diferente dessa ética daqui fora. A nossa ética lá dentro não é como esta vossa cheia de mimimis. E a nossa ideia é impormos a nossa ética à sociedade.
- E, agora, assim, como é que fica?
- Com esse barulho que esses surumáticos levantaram, já não vão me colocar ali. Vão me dar um lugar melhor. Sobrinho, não te lembras que foi assim com aquele puto Filimão em Agosto do ano passado? Foi abandonado na Assembleia da República quando era para ser ouvido para o cargo de juíz Conselheiro do Conselho Constitucional. E hoje onde está? Tás a ver! O partido é assim mesmo, não gosta de poeira. Depois disso, vão me esconder num lugar qualquer... mas bom!
- Mas então como classificas esses gajos da sociedade civil que estão a escrever cobras e lagartos a teu respeito?
- Apóstolos da desgraça!
Bati o último gole e fui-me embora antes que o Mahindra chegasse. Era dentro da boutique da Dalila, no mercado de Janet. Parece que só vende roupa e cabelos da Índia... também vende whisky e gin.
- Dona Dalila, vou te transferir Eme-Pesa. Peço mais um duplo para o tio Gugu.
É sempre bom conversar com os mais velhos. Aprende-se muito!
- Co'licença!
Esta semana, a doutora Bia - investigadora e especialista em encriptação de dados (a pessoa que traduziu e codificou os resultados do estudo da Kroll) - manteve encontro com os alunos do Instituto Superior de Reintegração Social para se inteirar do curso das aulas. Depois de falar dos objetivos da visita e da missão e visão da instituição, pediu para que os alunos apresentassem as suas preocupações. Para a sua surpresa, ficou a saber que ainda há alunos que não conhecem nem um pouco da tabela periódica de gatunos de Nhangumele. Houve um grupo de alunos que quis saber quem era Newman, numa clara demonstração que não lêem apontamentos de Química. Ela ficou pasma!
Ela simplesmente respondeu que aquele não era o momento de revelar nomes de elementos químicos. Não era o objetivo da sua visita, mas avisou que, pela sua importância para o curso, certamente a matéria vai sair no exame. Por fim, recomendou aos alunos muita leitura, particularmente, à disciplina de Química.
Estranho, não?! Aliás, triste! Só hoje é que aparecem pessoas a quererem saber quem é Newman?! Newman mesmo?! Faxavor!!! Afinal, querem saber quem é Newman ou querem saber as suas características e propriedades químicas, como: carga atômica, configuração eletrônica, ocorrência na natureza, reação com outros elementos, etecetera?! Aí, sim!
É que Newman é um dos elementos mais importantes da tabela de Téo a par de HoS e Chopstick. Não conhecer esses elementos químicos é o mesmo que não conhecer malta Oxigénio, Hidrogénio, Ferro, Zinco da tabela de Mendeleev. Na tabela de gatunos os elementos foram codificados e posicionados de maneiras que não se confundam e as suas evidências na natureza são perceptíveis. Téo evitou fazer uma tabela como a de Mendeleev onde Magnésio e Manganês se confundem e elementos como Actínio, Bário, Neónio, Tungsténio nunca se sabe bem bem onde se encontram na natureza ou para que servem.
A tabela de Téo é clara e simples. A preocupação agora é saber com quais elementos Newman pode se misturar em reações de solução aquosa e de saponificação ou de hidrólise alcalina. Sabe-se que, possivelmente, uma reação com Chopstick pode resultar em trinitrotolueno, um composto altamente explosivo.
Não conhecer Newman é demais. Não é bom! As tantas o próprio Newman nem gramou de saber. Já chumbaram! Ou devem arranjar um explicador com urgência. "Quem é Newman?", logo para a diretora! Possas!!! É para o quê já?! Para ela pensar que "titxa" Boustani não deu bem aulas?! Há gajos abusados, sabe!
Mas, em todo o caso, quem estiver interessado é só pedir apontamentos ao colega Nhamirre. Ele não é do curso, mas participou dessas aulas, em particular, no âmbito dos créditos académicos da sua universidade. Há um outro jovem aí que também participou, mas chegou atrasado... mas também eish... apontamentos dele erros só!!!
- Co'licença!
Dizem que o resgate dos dois empresários que ocorreu a luz do dia de ontem não foi recambolesca. Dizem que quem estragou foi a mana chefe dos serviços de investigação criminais que se fez ao local de soca de bico-fino, blusa de alça com renda, saia de cintura-baixa plissada e bolsa de grife. Queria-se um assalto com coletes à prova de balas, mísseis terra-ar, comandos, helicópteros. Um assalto à Chuck Norris e uma entrevista à Jorge Kalau.
Celebremos a vida, pessoal! Hoje por hoje que Moçambique virou um cocktail molotov altamente explosivo, em que até o próprio Estado tem a sua lista de destinos paralela a do próprio pai de Jesus, não podemo-nos dar ao luxo de querermos que seja o Rambo a nos libertar. Voltar com vida é tudo! Por mim, a directora da Polícia podia ter ido ao local com o próprio salão de beleza e boutique móveis, se quisesse. Podia até ter convidado a "Fashion Ti-Vi" para montar passarela no esconderijo e transmitir em direto. Eu só quereria sair vivo!
Celebremos a vida! Ninguém está a salvo! Isso não é novela só de empresários, nem de jornalistas, nem ativistas sociais, nem de observadores eleitorais, nem de académicos, nem de apóstolos da desgraça como eu. Isso é de todos. Há quem não teve a sorte de sair das mãos desse crime organizado com vida. Cardoso, Siba-Siba, Cistac, Vilankulo, Amurane, Matavele... a lista é gorda. Se ser resgatado com vida, mesmo com tarsos e metatarsos, carpos e metacarpos e fémures moídos já vai com muita sorte, imagina, então, inteiro?!
Celebremos a vida, compatriotas! Não se sabe amanhã! Para falar a verdade, eu tenho mais medo desses esquadrões da morte do que da Covid-19! Não há máscara nem distanciamento social que os afaste. Quando esses gajos te querem, te encontram. A nossa fé é que calhemos com bandidos matrecos ou estagiários como aqueles que tentaram raptar o Matias.
Celebremos a vida, irmãos! Só para vocês terem uma ideia: aqueles polícias que assassinaram o meu colega da Sala da Paz, Anastácio Matavele, têm um advogado de luxo pago pelo Estado. Um advogado que veio de Nova Iorque. Pois é! Leiam o número 1 do Artigo 83 do Estatuto da Polícia para entenderem melhor a história!
Excelentíssima Senhora Diretora da Antiga PIC, no dia do meu resgate, venha como e com quem quiser! Sugiro que, no lugar de tiros de A-Kapa-Eme, os policias lancem ao ar pétalas de rosas vermelhas como sinal de amor. Que se monte um scanner na entrada do quintal do esconderijo para detectar metais e engenhos perfuro-cortantes. O agente que tiver arma, baioneta, chamboco ou mesmo algemas não poderá participar do assalto. Que se convide o grupo Estrela Vermelha da Ilha de Moçambique para dançar tufu antes do assalto. Importa a vida.
- Co'licença!
Estamos a gastar balúrdios com túneis de desinfecção mesmo sabendo que é uma tecnologia que não foi cientificamente aprovada. Ou seja, estamos a usar o pouco dinheiro que temos, estamos a mobilizar os nossos já falidos empresários e parceiros de cooperação na compra e promoção de um produto que temos a certeza que não funciona. Isto significa que estamos a combater a Covid-19 com um recurso que não teve o "yes!" científico da Ó-Eme-Esse. Eu não entendo!
Afinal, nós não somos, então, os tais meninos finórios que só usam produtos cientificamente testados e autorizados?! Nós não somos os tais que estão na vanguarda da proteção da saúde do povo?! Nós não somos os que não arriscam?! Nós não somos os tais protótipos da qualidade sanitária?! Como é que os túneis escaparam da nossa qualidade científica?!
Os túneis de desinfecção estão a ser diariamente inaugurados por governantes de topo. Ministros, secretários de Estado, governadores, edis e companhia estão a acotovelar-se para "desvirginarem" túneis e aparecerem no ecrã na hora nobre.
Não percebo! Os túneis gastam energia, água e cloro (não tenho certeza se é esse o produto que se usa). Cada casota daquelas custa entre 80 à 200 mil meticais, dependendo do material usado. Portanto, um investimento caro e cientificamente ineficaz. Um produto mais caro do que o xarope de Madagáscar. O xarope de Andry Rajoelina é "mahala" e é fabricado à base de uma erva cuja eficácia no tratamento da malária e outras enfermidades é mundialmente reconhecida. O que significa que, se não cura a Covid-19, pelo menos, não mata. Estou a pensar empiricamente!
Trocando em quinhentas: não podemos usar o xarope GRATUITO porque a ciência não aprovou a sua eficácia, mas podemos usar um túnel ONEROSO, de eficácia duvidosa, sem aprovação da científica!
Se a Ó-Eme-Esse é tão científica e preocupada com a promoção da qualidade sanitária global, por que é que não se pronuncia em relação aos testes contaminados que andam por aí, dos testes positivos feitos em animais e plantas na Tanzânia e das máscaras deliberadamente mal confeccionadas na China? Se há, de facto, interesse por parte da Ó-Eme-Esse em promover a cura global, por que razão, até hoje, não submeteu o xarope malgaxe à testes científicos e dissipar, de uma vez por todas, a dúvida?
O senhor ministro da Saúde pode explicar isso em centavos? Os tais gajos da Ó-Eme-Esse não sabem que estamos a gastar dinheiro com túneis? Disseram alguma coisa?
- Co'licença!
É bom saber que o Conselho Constitucional teimosamente continua a declarar nulos os empréstimos contraídos pela nossa corja de gatunos de estimação em nome do povo. É bom saber que o Judiciário reconhece que o povo não deve pagar fiado que não contraiu. E é bom também saber que o povo está acordado e está a lutar pelos seus direitos.
Contudo, mais do que acordar e fazer "copy and past" de uma dúzia de termos jurídicos e untar com autógrafos da equipa de juízes, é preciso também que se faça um acórdão específico ao senhor ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane. Mais do que preciso é imperioso! É imperioso acordar esse velhote com um acórdão só para ele.
Acabe-se de uma vez por todas a teimosia desse cota! Não seria necessário escrever muita coisa nem gastar o repertório vocabular jurídico. Era só escrever um parágrafo curto, claro, directo e grosso num vocabulário simples e com direito a um glossário no fim da página. Seria um texto mais ou menos assim:
"Ouça cá, você Maleiane. Nós, Juízes do Cê-Cê, sabemos que você anda a pagar as parcelas das dívidas ocultas que nós já declaramos nulas. Pára já com isso, velhote! Deixa que os gatunos que as contraíram paguem eles próprios! Não sobrecarregue ainda mais o já sofrido povo moçambicano! Não nos aquece a cabeça, você! Quando Nyusi te mandar pagar, liga para a malta! Não seja empata-f*da, cota! Deixa o país desenvolver! Assinado: Lúcia, Ozias, Manuel, Domingos, Mateus, Albano e Albino".
E prontos!... e mandem para ele. E deve estar anexado ao acórdão uma foto de chamboco e Mahindra. Talvez assim o velhote atine. Um acórdão simples para uma pessoa também simples. Um acórdão para acordar Maleiane. O Estado não pode estar aqui a se esforçar em empurrar o país para frente e aparecer um velhote molengão a atrapalhar o curso das coisas. Não pode! Dizer que "este pagamento era um acto meramente necessário" soa a conspiração. O senhor Maleiane não pode estar acima da lei. Violou o acórdão número 5/CC/2019, que anula os empréstimos da EMATUM. Agora, se violar este também, chamboco e Mahindra com o velhote!
- Co'licença!