O Tribunal Judicial da província de Tete, interior centro de Moçambique, condenou na terça-feira a oito e nove anos de prisão dois dos sete arguidos no caso da morte de 64 imigrantes etíopes encontrados dentro de um contentor.
O motorista da viatura foi condenado a oito anos de prisão, enquanto um guia do grupo foi sentenciado a nove anos, ambos pela prática de homicídio involuntário.
Os condenados recolheram às celas do estabelecimento penitenciário provincial de Tete.
O colectivo de juízes decidiu absolver os outros cincos arguidos, entre os quais dois agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), por falta de provas de envolvimento no crime.
O grupo de imigrantes etíopes foi encontrado no contentor de um camião em Março, dos quais 64 mortos e 14 sobreviventes - entretanto repatriados.
As mortes terão acontecido por asfixia quando as vítimas atravessavam ilegalmente a fronteira do Maláui para Moçambique.
Foram detetados numa operação de controlo de peso em Mussacama, no distrito de Moatize, já nas imediações de Tete.
A polícia forçou a abertura do contentor, depois de os sobreviventes terem começado a bater nas paredes e a gritar.
A fronteira de Zobué, no distrito de Moatize, tem sido um corredor privilegiado para imigrantes ilegais que tentam chegar à África do Sul, atravessando parte de Moçambique, em busca de melhores condições de vida. (Lusa)