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quarta-feira, 13 julho 2022 06:11

Ruandês e burundês mortos em menos de uma semana no norte do país

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Dois cidadãos de nacionalidade ruandesa e burundesa foram assassinados por indivíduos ainda desconhecidos no distrito de Montepuez em Cabo Delgado e no bairro Muatala, arredores da cidade de Nampula, em menos de uma semana.

 

Em Montepuez, segundo apurou a "Carta", a vítima foi uma mulher ruandesa, agredida até à morte, na sua residência em Napai, na passada quarta-feira. A vítima residia há alguns anos na autarquia de Montepuez e explorava um restaurante e bar, no bairro de Nacate.

 

Não há quaisquer informações associadas à sua morte, embora algumas fontes falem de um suposto ajuste de contas ou de questões passionais entre a vítima e o namorado. O Serviço Nacional de Investigação Criminal em Montepuez anunciou que está a trabalhar no sentido de esclarecer o crime.

 

Há muito tempo que Montepuez, a segunda cidade na província de Cabo Delgado, não registava crimes hediondos, tal como aconteceu no período em que a região recebeu muitos estrangeiros devido ao garimpo de rubis em Namanhumbir. 

 

Já na cidade de Nampula, a vítima é do sexo masculino, de origem burundesa, que de igual modo foi barbaramente assassinado por indivíduos ainda desconhecidos. O crime aconteceu pela manhã de 7 de Julho na residência da vítima e só viria ser descoberto por volta das 12:00 horas, pela filha de 15 anos que habitualmente passa pela casa do pai quando regressa da escola.

 

 

A jornalistas, a filha da vítima explicou que, à sua chegada em casa, encontrou o corpo do pai no chão com sinais de espancamento e com muito sangue. Foi daí que saiu a procura de ajuda, mas estranha a ausência do empregado, até agora desaparecido desde a morte do pai. 

 

Na mesma residência vivia um primo da vítima, que se presume que estivesse no serviço na hora do crime. A vítima que também explorava o transporte semi-colectivo de passageiros, vulgo chapa-cem, estava registado na Associação dos Refugiados de Moçambique em Nampula há mais de cinco anos e era conhecido como um membro activo e pacífico no seio da comunidade burundesa. 

 

O Director Executivo da Associação dos Refugiados de Moçambique em Nampula, Ismael Luc Abraham, disse ter sido colhido de surpresa com a notícia do assassinato, explicando que até agora não há informações pormenorizadas sobre as razões do sucedido. Abraham pediu à polícia para esclarecer o caso, que para ele parece não ter motivações políticas. 

 

Afirmou que o assassinato do seu colega deixa a associação ameaçada, triste e com muito medo. Segundo o representante dos refugiados em Nampula, este é o décimo caso reportado nos últimos seis meses, tornando a região Norte, à semelhança de outras do país, um lugar perigoso para viver por parte de estrangeiros. (Carta).

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