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segunda-feira, 24 janeiro 2022 07:57

Os labirintos do terrorismo em Cabo Delgado (II)

Eram 15 horas da passada terça-feira (18) quando dois casais tentavam fugir dos ataques na aldeia Nkoe para a vila-sede do distrito de Macomia, na província de Cabo Delgado.

 

Na ocasião, foram interpelados por "terroristas trajados de fardamento" das Forças amigas de Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado. Segundo explicaram as autoridades militares na vila-sede do distrito, os terroristas acabaram decapitando os esposos das duas mulheres e entregaram as cabeças e os corpos para serem apresentados às autoridades na vila.

 

De acordo com dados colhidos pela nossa reportagem, contrariamente às Forças do Ruanda instaladas em Mocímboa da Praia e Palma que fiscalizam tudo tanto no mar como na terra, as Forças Conjuntas da SAMIM posicionadas em alguns distritos como Macomia só patrulham certas zonas quando há operações concretas. Os restantes ficam posicionados na vila-sede, facto que segundo populares facilita que os terroristas assassinem civis que, por dificuldades financeiras, não conseguem sair há tempo das regiões atacadas.

 

Estes ataques ocorrem numa altura em que o Presidente da República, Filipe Nyusi, exige combate aos terroristas sem tréguas e que se protejam os direitos humanos das crianças, mulheres, homens e idosos. Filipe Nyusi falava na quarta-feira em Maputo, durante o XXII Conselho Coordenador do Ministério da Defesa, destacando que "no nosso exército não deve haver actos de corrupção e muito menos deve-se confundir com tal".

 

No entanto, o aparecimento de terroristas vestidos com uniforme das Forças estrangeiras está a deixar os populares preocupados, uma vez que nos anos transactos, esta foi a estratégia do grupo para, desta forma, protagonizar vários ataques em postos administrativos e vilas, culminado com o assalto a Mocímboa da Praia, Palma, Macomia, Quissanga e Muidumbe. (OOmar)

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