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Actualizado de Segunda a Sexta

quarta-feira, 31 março 2021 10:18

Nyusi desdramatiza a invasão à Palma: “Não fiquemos atrapalhados”

Foram necessários sete dias para que o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, reagisse em torno da invasão à sede distrital de Palma, no norte da província de Cabo Delgado, ocorrida na passada quarta-feira, 24 de Março.

 

Numa intervenção de apenas 01:00 minuto, durante o seu discurso na inauguração da Delegação Distrital do INSS (Instituto Nacional de Segurança Social) no distrito de Matutuine, província de Maputo, Nyusi desdramatizou a situação, considerando o ataque “não maior” que os anteriores e que a sua mediatização deve-se ao facto de ter acontecido na zona periférica do projecto de Liquefação de Gás Natural.

 

Segundo o Chefe de Estado, os moçambicanos não podem perder o foco e muito menos atrapalharem-se, pois, esse é o objectivo principal dos inimigos internos e externos que o Estado moçambicano tem. Apela a todos moçambicanos a se abraçarem e avançarem no combate ao terrorismo, tal como fazem os jovens das Forças de Defesa e Segurança (FDS) destacados para o Teatro Operacional Norte.

 

“Sabem todos que, no dia 24 [de Março], praticamente há uma semana, houve mais um ataque [terrorista]. Desta vez, em Palma. Não foi o maior do que tantos outros que tivemos. Mas, tem esse impacto de ter sido na periferia dos projectos em curso naquela província. O nosso apelo é simples: não percamos o foco, não fiquemos atrapalhados. Vamos abordar o inimigo como temos estado a abordar, com alguma contundência como as Forças de Defesa e Segurança estão a fazer porque a falta de concentração é o que os nossos inimigos internos e externos querem. Então, nós temos que nos concentrar, abraçarmo-nos e avançarmos. E temos estado de segundo à segundo a seguir o trabalho que os jovens no terreno estão a fazer”, disse Filipe Nyusi, no final do seu discurso de ocasião, proferido na manhã desta quarta-feira.

 

A vila-sede do distrito de Palma, que dista a cerca de 25 Km do local onde está sendo desenvolvido o maior projecto de liquefação de gás natural, em África, continua a registar combates entre as FDS e os terroristas e, até a noite de ontem, os ISIS-Moçambique controlava a metade daquele ponto do país.

 

Refira-se que a vila continua incomunicável, o que aumenta a angústia de milhares de famílias que diariamente acampam no Porto de Pemba, na capital provincial de Cabo Delgado, na esperança de encontrar os seus familiares provenientes do “el dorado” moçambicano. (Carta)

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