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segunda-feira, 20 julho 2020 04:13

Cabo Delgado e os “corredores” da guerra

FOTO: Pinnacle News

Numa semana em que o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, avançou que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) já abateram 500 elementos do grupo insurgente (entre os quais dois líderes) que aterroriza a província de Cabo Delgado e recuperaram 12 armas, outros episódios relacionados ao “conflito” vêm à tona.

 

Segundo fontes militares, que se encontram no teatro das operações, na semana finda, durante uma das formaturas, no distrito do Ibo, alguns membros das FDS questionaram aos seus superiores sobre as reais causas da guerra, pelo facto de estarem agastados com a morte de seus companheiros, por uma guerra que apresenta “diferentes facetas”.

 

A situação, narram as fontes, gerou alguma confusão, tendo havido agressões físicas, envolvendo alguns oficiais e os seus superiores. Para separar as partes em conflito, revelam as fontes, foi necessário recorrer aos disparos.

 

“Carta” sabe que a “traição” e a suposta “incapacidade” de as FDS controlarem a situação, têm criado deserções, apesar de o Governo ter melhorado a logística e os ordenados para os que estão na linha da frente no “teatro norte”. Aliás, as fontes afirmam que as FDS já emitiram uma lista de desertores e suas províncias de origem.

 

Falando em torno do dia-a-dia do seu trabalho, as fontes avançaram que, nos últimos dias, as FDS têm recorrido a torturas para arrancar qualquer informação em torno dos insurgentes, resultando, em alguns momentos, na detenção e tortura de pessoas “inocentes”, como foi o assistido semana finda na cidade de Pemba. Aliás, neste sábado, algumas fontes avançam que as FDS detiveram diversos adolescentes nos distritos de Macomia e Mocímboa da Praia, apelidando-os de “terroristas”.

 

Refira-se o antigo Reitor da Universidade Joaquim Chissano, antigo Instituto Superior de Relações Internacionais, Agostinho Zacarias, disse este domingo, à STV, que os terroristas querem tomar o gás de Palma para custear a sua luta no mundo. (O.O.)

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