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Actualizado de Segunda a Sexta

segunda-feira, 09 dezembro 2019 04:50

Ossufo pede “socorro” na Europa

Ossufo Momade foi à Europa pedir “um help”. E porquê? Para contestar (ainda) os resultados das eleições de 15 de Outubro. Pois é: no término da sua visita à Holanda, o líder da Renamo não se fez rogado e implorou, sábado, à comunidade internacional que tome uma atitude de modo a impedir que o país descambe naquilo que considera uma "ditadura monopartidária”. Como é sabido, a Renamo não só não reconhece os resultados das eleições de 15 de Outubro – que dão vitória à Frelimo e a Filipe Nyusi – como também assegura ter provas de que houve fraude.

 

Na Holanda, Momade foi claro: “caso o Conselho Constitucional confirme os resultados, a Renamo irá reunir os órgãos do partido – ou seja: a comissão política nacional e o conselho nacional – para se deliberar se “os nossos membros tomam ou não posse, porque essa decisão não pode resultar apenas de um posicionamento meu”.

 

Portanto, neste mês de Dezembro, os órgãos vão reunir-se para decidir qual vai ser a decisão do partido, de acordo com o líder da Renamo.

 

De referir que nesta sua viagem à Europa, Ossufo Momade fez questão de levar consigo as alegadas provas das fraudes eleitorais, ou seja, os boletins que (alegadamente) estavam fora do circuito da CNE e que, segundo suas palavras, foram pré-preenchidos a favor dos candidatos da Frelimo.

 

“Apresentamos os elementos que provam que existiu fraude eleitoral, para mostrar que os observadores internacionais não podem ficar calados perante estas evidências tão claras".

 

Mais contundente do que o costume, Momade disse: "em Moçambique, está instalado um regime que não quer abandonar o poder e que, para se manter, usa não só a força policial, mas também uma coligação que inclui a polícia, a CNE e o STAE, para manietar a Renamo".

 

Nos Países Baixos, Ossufo Momade reuniu-se ainda com um dos principais parceiros internacionais do seu partido: o Instituto Holandês para a Democracia Multipartidária. Empolgado, disse nesse encontro que mantém a confiança na comunidade internacional para ajudar a Renamo a impedir que Moçambique retorne aos “erros do passado, ou seja, a uma situação de guerra civil.

 

E disse mais: "Não gostaríamos que o país voltasse ao monopartidarismo, já que se vive uma situação muito alarmante, na medida em que as eleições não foram justas livres e transparente, corre-se esse risco!”.

 

 Nyongo é um desertor

 

Nyongo não deixou de ser assunto nesta de viagem de Momade à Europa. Falando sobre os ataques cada vez mais frequentes, no centro do país – que a Polícia, sem papas na língua, atribui “à Renamo – o líder renamista reiterou que Mariano Nyongo, líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo, é um desertor, acusando-o de estar a promover ataques a civis a conta e risco próprios.

 

"Distanciámo-nos desde logo dessa tal autoproclamada Junta Militar" disse o líder da Renamo, acusando o Governo de ter permitido o “crescimento” deste grupo dissidente armado no centro do país apenas para prejudicar politicamente o seu partido.

 

Também não deixou de comentar sobre a situação em Cabo Delgado. Novamente voltou a acusar o Governo de ter falhado ao contratar mercenários russos (do Wagner Group) para combater os insurgentes islâmicos, ignorando o real problema das populações.

 

O General foi peremptório: "o Governo foi à Rússia contratar mercenários. Porém, o envolvimento de estrangeiros neste conflito está a diluir aquilo que é o pensamento dos moçambicanos. Todos sabemos que os conflitos têm uma conexão com os recursos naturais e com os fortes investimentos que estão a acontecer na província de Cabo Delgado. Logo, é preciso que se estude e se entenda melhor o problema, antes de se tomar qualquer decisão, sobretudo essa de envolver mercenários russos no conflito!… (Homero Lobo)

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