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terça-feira, 12 abril 2022 07:13

Funcionários públicos obrigados a regressar ao distrito de Quissanga

Apesar de a ministra da Administração Estatal, Ana Comoana, ter afirmado recentemente que o regresso dos Funcionários e Agentes do Estado aos distritos afectados pelo terrorismo não seria obrigatório, mas por sensibilização, no terreno a realidade é outra. 

 

Em Quissanga, os funcionários e agentes do estado, de sectores sociais, como educação e saúde, foram notificados para regressar, mesmo não havendo condições de habitação.

 

O governo daquele distrito quer os funcionários no terreno e ameaça tomar medidas administrativas para quem recusar as ordens. Entretanto, maior parte de funcionários ainda não se mostra disposto a regressar aos seus postos de trabalho, devido à prevalência de focos de ataques terroristas em algumas zonas da província.

 

A título de exemplo, alguns professores dizem que são forçados a regressar àquele distrito, para exercer as suas funções e, caso não cumpram, arriscam-se a medidas administrativas. É o que aconteceu com os professores que eram da zona de influência pedagógica - ZIP da aldeia Cagembe, que já receberam guias para ir dar aulas na aldeia Tandanhangue. Outros vão a Nacoba, posto administrativo de Mahate, mas não têm onde se alojar.

 

Segundo contou um dos professores, o regresso não ocorre de livre vontade, mas, sim, de cumprimento de ordens e aquele que se recusar a cumprir sofrerá impacto na efectividade. A ordem para regressar a Quissanga abrange também os enfermeiros, mas, na fase inicial, estes irão trabalhar com base numa escala semanal. Apenas a sede distrital tem mínimas condições para o exercício da sua actividade, contrariamente aos professores que são obrigados a fixar-se para leccionar. Os enfermeiros, por sua vez, não irão viver em casa própria, mas, sim, numa tenda comum.

 

Oficialmente, as autoridades ainda não anunciaram o regresso das famílias deslocadas, mas algumas que se encontram em Metuge já estão a regressar. O regresso dessas famílias está a associado à falta de apoio humanitário. (Carta)

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